Governadores têm que "colocar sua digital" na reforma, defende líder do PSL

Para Delegado Waldir, é injusto que os deputados federais se desgastem e os representantes dos estados saiam como "santinhos" frente ao seu eleitorado

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 3.6.19
'Eu penso que os governadores têm de colocar sua digital [na reforma da Previdência]', defendeu o líder do PSL

O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir, defendeu que as novas regras propostas pela reforma da Previdência tenham que passar pelo crivo das assembleias legislativas e câmaras de vereadores. O parlamentar diz não concordar com a possibilidade de a reforma valer para todo mundo antes de serem analisadas nos próprios estados.

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"Eu penso que os governadores têm de colocar sua digital [na reforma da Previdência ]. É muito fácil eu e os demais deputados federais sofrermos o desgaste e eles se passarem de santinhos diante do eleitorado", disse Delegado Waldir.

O deputado destacou que a intenção de que assembleias e câmaras municipais tenham de votar é ainda mais forte no Nordeste, onde a maioria dos governadores são de oposição. 

"A gente sabe da importância. Lá no Nordeste todos os governadores são de oposição. Como faz? Resolve a conta dos estados e a gente se ferra? Então a Assembleia [Legislativa] tem que aderir, ou ficará muito fácil para deputados estaduais, governadores, vereadores e prefeitos",  afirma o líder do PSL.

O posicionamento de Waldir é contrário ao do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que defendem a inclusão de estados e municípios na proposta. O relator, Samuel Moreira (PSDB), pretende colocar em seu parecer que os legislativos estaduais e municipais podem aderir à reforma, na linha do que defende o líder do PSL.

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Há uma articulação, porém, de que seja ao menos adotada a solução proposta por Arthur Maia (DEM) na reforma da Previdência apresentada na gestão Michel Temer, em que os estados e municípios adotavam automaticamente as novas regras, mas os parlamentos locais poderiam mudar as normas se não concordassem com elas.