Sem Previdência, "caos" pode trazer populismo e PT de volta, teme Bolsonaro

Presidente afirmou que o Brasil "não aguentaria outro ciclo assim" e comparou a situação do País com a volta de Christina Kirchner na Argentina

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Presidente também explicou os motivos pelos quais ele mudou de opinião sobre a reforma da Previdência


O presidente Jair Bolsonaro disse que, caso a reforma da Previdência não seja aprovada pelo Congresso Nacional, o Brasil entrará em um "caos" que pode fazer com que o "populismo" e o Partido dos Trabalhadores (PT) voltem ao poder.

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Em entrevista à revista Veja , Bolsonaro listou uma série de problemas que a não aprovação do texto poderia trazer.  "Se a reforma da Previdência não passar, o dólar pode disparar, a inflação vai bater à nossa porta novamente e, do caos, vão florescer a demagogia, o populismo, quem sabe o PT, como está acontecendo na Argentina, com a volta da (ex-presidente) Christina Kirchner", explicou o presidente.

Para Bolsonaro , "o Brasil não aguentaria outro ciclo assim". Ele destacou, ainda, que a chamada "mãe das reformas" é sua "missão mais difícil" na macropolítica.

O presidente explicou que chegou a ser contra a nova Previdência , mas que sua situação mudou quando assumiu o cargo de presidente da República, uma vez que estudou a situação do País e reconheceu a necessidade de reforma.

"A cabeça de um parlamentar era uma coisa, a cabeça de um presidente, agora com acesso aos números, é outra. Na Câmara, muitas vezes você tem uma informação de orelhada. Por isso, eu sempre fui contra a reforma da Previdência. O que a gente vai mudar? A realidade. O Brasil será ingovernável daqui a um, dois, três anos", ressaltou. 

Depois da Previdência, tributação e privatizações

Caso consiga aprovar a reforma da Previdência , Bolsonaro disse que o governo partirá então para a questão tributária e para privatizações. Ele citou o exemplo dos Correios, para cuja desestatização já deu aval.

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"A orientação é que a gente explique por que é necessário privatizar. No caso dos Correios, o PT destruiu a empresa", afirmou. "Temos que mostrar à opinião pública que não tem outro caminho a não ser privatizar os Correios. Será assim com outras estatais. Há muitos cabines de emprego dentro do governo."