"Não acho que seja sacrifício trabalhar até os 65 anos", diz relator da reforma
Para Samuel Moreira (PSDB), a aposentadoria não deve ser um complemento do salário porque isso "desvirtua" a Previdência para os demais contribuintes
Por Brasil Econômico |
27/05/2019 15:16:10
O relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, Samuel Moreira (PSDB), disse não ver sacrifício no fato de que os trabalhadores, após a implementação das mudanças, terão que respeitar uma idade mínima para se aposentar. A declaração foi feita nesta segunda-feira (27) durante uma reunião com empresários em São Paulo.
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“Eu não acho que seja sacrifício trabalhar até os 62 anos, trabalhar até os 65 anos. Não pode ser um sacrifício. O que não pode é querer aposentadoria para virar complementação do salário", defendeu. “Ninguém para aos 55 anos, então desvirtua um processo fundamental que é o sistema de Previdência para nós, para os idosos e para os jovens que vão virar idosos”.
O deputado ainda se declarou favorável à retirada da idade mínima da Constituição, argumentando que esta definição deve ser feita a partir de estatísticas de órgãos como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Quanto às aposentadorias diferenciadas, como a dos trabalhadores rurais , Moreira pediu cuidado ao tratar das mudanças para essas categorias, uma vez que afetam principalmente os estados do Norte e Nordeste . “Precisamos ter muito cuidado ao mexer na aposentadoria do trabalhador rural. É uma questão social grave, mas devemos criar critérios modernos de reconhecimento e de que há um trabalho rural efetivamente sendo feito”, afirmou.
Até o momento, 42 emendas à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) já foram apresentadas pelos parlamentares. O deputado, que destacou como "fundamental" o papel do centrão para a aprovação da nova Previdência, disse que mantém um diálogo com representantes de todos os partidos para fechar o relatório da comissão especial até 15 de junho.
Protestos de domingo
Quando questionado se as manifestações pró-governo do último domingo (26) , que tiveram parlamentares do centrão e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), como alguns dos alvos, poderiam afetar a tramitação da reforma, Moreira negou. Segundo o tucano, os deputados estão convencidos da importância de aprovar a PEC o quanto antes.
“Não há sentido você atacar alguém que tem um papel fundamental no processo da reforma [da Previdência ] e que está querendo a reforma. Não há necessidade disso, mas o País é livre e as pessoas são livres”, declarou o deputado.