A partir deste ano, todas as empresas da União Europeia (UE) serão obrigadas a divulgar regularmente relatórios sobre os impactos socioambientais de seus negócios. Isto porque em janeiro entrou em vigor a Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD), nova diretriz para relatórios de sustentabilidade e ESG.
A CSRD substitui a norma Non-Financial Reporting Directive (NFRD), corrigindo falhas e adicionando novos padrões obrigatórios alinhados às metas climáticas da UE e aos direitos humanos, por exemplo. Ela também é válida para subsidiárias de empresas não europeias qualificadas.
A CSRD está alinhada aos riscos ESG e aos seus critérios ambiental, social e de governança. Com ela, a União Europeia quer aumentar o grau de transparência das empresas, evitar greenwashing e permitir que investidores tomem melhores decisões de investimentos sustentáveis.
Novos padrões obrigatórios para relatórios de sustentabilidade
A norma apresenta um conjunto de requisitos qualitativos e quantitativos de publicação e de padrões obrigatórios que a empresa precisa seguir. Por exemplo, ela exige a divulgação da materialidade financeira (como questões de sustentabilidade podem ocasionar riscos e oportunidades financeiras) e da materialidade de impacto (resultados das atividades dos negócios no meio socioambiental).
Outra novidade é que as diretrizes estão de acordo com o Acordo Verde Europeu (European Green Deal).
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Impacto climático é prioridade, mas ainda há o que avançar
A Wolters Kluwer CCH Tagetik Benelux, empresa de softwares e soluções para profissionais do mundo corporativo, elaborou um estudo para observar o cenário atual dos relatórios de sustentabilidade. Também buscou analisar como as organizações estão reagindo à diretriz e quais são os principais desafios e as oportunidades que ela pode ocasionar.
A pesquisa revelou que para 90% dos entrevistados o impacto climático tem crescido de importância e se tornado uma das prioridades na agenda empresarial. Mas, ainda assim, quando perguntados qual o maior interesse das organizações, os resultados financeiros continuam no topo dos interesses, com 77%, seguido de clise climática. Aumentar a sustentabilidade ficou em terceiro lugar na lista de prioridades das empresas, acompanhada de outros indicadores tradicionais.
Um desafio comum relatado é a coleta de dados. Mais de 90% das empresas têm dificuldades em obtê-los mais de 60% têm problemas ao cruzar informações, seja por escassez, baixa qualidade ou quantidade de trabalho manual necessário.
O maior desafio apontado é fornecer dados das emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes de fontes que não pertencem diretamente à empresa, como cadeia de suprimentos, transporte e descarte de produtos. O estudo constatou que nenhuma organização está coletando os dados completos exigidos e 30% indicam que não têm capacidade para isso.
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