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Em entrevista à "Folha de São Paulo", apresentador diz desconhecer negócios do banco e afirma que só se preocupa com o SBT

Silvio Santos, no dia do encontro com Lula, 20 anos depois da última visita ao Planalto
Agência Brasil
Silvio Santos, no dia do encontro com Lula, 20 anos depois da última visita ao Planalto
“Nunca fui ao banco (Panamericano). Nem sei onde é o prédio.” Foi com respostas evasivas como estas que o apresentador e empresário Silvio Santos se pronunciou pela primeira vez sobre o aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no Banco Panamericano. Em entrevista ao jornal "Folha de São Paulo", Silvio ironizou – chegou a perguntar quem era Lula, o presidente da República – e disse que até pode vender o SBT ao empresário Eike Batista, do qual o apresentador diz também nunca ter ouvido falar.

“Se ele pagar os R$ 2,5 bilhões que estou devendo, vendo (o SBT), claro que vendo”, disse Silvio Santos ao jornal. “Não precisa nem pagar para mim, paga para o Fundo Garantidor de Crédito. Eu não posso vender nada sem passar pelo Fundo Garantidor de Crédito”, completou.

Irônico, Silvio prometeu uma comissão à reportagem do jornal caso intermediasse a negociação do SBT com Eike Batista. “Ele é americano?”, questionou o dono da emissora.

O apresentador disse que assinou um termo de confidencialidade e, por isso, evitou dar detalhes da operação com o FGC. Silvio Santos confirmou que o recente encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não serviu para tratar de problemas no Panamericano, mas para acertar uma suposta doação do presidente ao Teleton (programa que levanta doações de recursos para a AACD).

Silvio Santos disse, ainda, que seu negócio é a televisão e que desconhece a atuação das empresas de outros segmentos que possui. “A única coisa que me preocupo é com a televisão. Se der certo, deu. Se não der certo, não deu (...) Agora, os outros são negócios. Eu não sou obrigado a entender de perfumaria, de banco. Isso aí eu boto dinheiro, pago bem os profissionais e eles têm que me dar resultados. E, às vezes, falham. Desta vez, falhou.”

Como exemplo, Silvio citou a fazenda Tamakavi, “a segunda maior do Brasil”, segundo ele. “Nunca fui lá. Nem vi no mapa”, completou. “Quando tenho dinheiro, abro uma empresa no Brasil. Aplico no mercado brasileiro. Mas não sou obrigado a ficar sabendo onde fica a empresa.”