Como empreendedor deixou roça de café para criar rede milionária de pizzarias
Elídio Biazini se mudou para São Paulo na tentativa de fugir da seca e passou por muitos empregos até inaugurar a Dídio Pizza
Aos cinco anos de idade, Elídio Biazini já acompanhava seus pais durante o trabalho em uma roça de café, no interior do Estado de São Paulo. O esforço precoce rendeu frutos ao longo de sua carreira, mas foi consolidado apenas 30 anos depois, em 1993, quando o empreendedor inaugurou a Dídio Pizza, rede de pizzarias delivery.
"Na década de 60 houve uma seca muito grande e meu pai foi obrigado a se mudar com quatro filhos. Fomos morar de favor na casa de parentes. Vindo de uma cidade pequena para uma enorme, eu precisava me virar. Meu pai, minha irmã e minha mãe foram trabalhar, então comecei a vender sorvetes na rua", explica Biazini sobre o início de sua trajetória na capital paulista.
O caminho até a inauguração do próprio negócio foi preenchido por uma série de outras funções. Biazini trabalhou em padarias, escritórios de advocacia, foi lavador de carros, manobrista e formou-se em ciências contábeis. A motivação para entrar no ramo de pizzarias foi a percepção de que o trabalho do setor, àquela época, não era bem executado. "O serviço de delivery era muito ruim. Minha irmã tinha uma pizzaria e trabalhava de forma muito amadora. Achei que podia ser profissionalizado", conta.
Biazini diz que o investimento para começar a operação foi baixo: um forno e uma geladeira bastaram. O diferencial foi a criação de processos capazes de conferir maior qualidade ao serviço da Dídio. "Dentro da cozinha já tinha uma ajuda [profissional] nutricional. Fazíamos rotulagens, acompanhamento de temperatura...buscamos uma consultoria jurídica, padronizando o trabalho dos funcionários de acordo com a lei. Em relação ao marketing, procurei uma empresa que me ajudasse na criação do material gráfico. Isso era perceptível ao cliente. Eu já tinha computadores na loja, o que ainda era muito raro", afirma o empresário.
Entrada no franchising
A expansão da rede começou no ano de 2008, quando Biazini abriu o negócio para franquias, mesmo sem entender a fundo o sistema. "Pizza eu conhecia muito, ou pelo menos achava que conhecia, mas franquia era um negócio novo para mim".
Como um bom líder, procurou facilitar ao máximo o trabalho de quem tomaria conta das novas unidades: "Para o franqueado, uma obra é algo muito complexa, então começamos a assumir esse trabalho. Nós damos a loja pronta para ele. Fazemos também o atendimento local. Era difícil ter pessoas recebendo ligações em cada ponto de venda, pois é preciso treinar o funcionário, então nós trouxemos para dentro e fizemos uma central de atendimento que recebe todos os pedidos".
A receita deu certo e, atualmente, das 26 lojas em funcionamento, apenas três são próprias e 23 são franquias. Um dos novos investimentos planejados pelo empresário dá sequência à linha da simplificação, aliando também a qualidade e a padronização. Biazini pretende inaugurar, nos próximos meses, uma unidade de centralização e distribuição dos produtos para todos os estabelecimentos da rede.
Com isso, o empreendedor espera aumentar em 29% o faturamento de R$ 30 milhões alcançado em 2015. No primeiro trimestre, em compraração ao mesmo período do ano passado, a Dídio já teve crescimento de 19%.