Empresário fatura R$ 3,5 milhões levando boteco até a casa dos clientes
Fernando Santos encerrou atividades de restaurante que já atuava há três anos para inovar no segmento de eventos
Por Guilherme Parolim |
18/04/2016 06:00:29
Formado em administração de empresas, com MBA em marketing e experiência em multinacionais, mas fazendo sucesso com salgadinhos e cerveja gelada. Esse é o melhor resumi da história de Fernando Santos, que inovou o serviço de buffets e criou o Boteco em Casa, empresa que reproduz o ambiente dos populares botecos em festas e eventos.
O empreendimento começou com outra cara e foi se adaptando à medida em que Santos percebia a necessidade e a possibilidade de fazer mais dinheiro. Em 2006 o negócio teve início como um restaurante fast food, que servia comida de boteco dentro de um shopping center na zona oeste da capital paulista. Mas tudo começou a mudar quando ele aceitou o pedido de um amigo por uma festa particular: ali o empresário percebeu que poderia oferecer mais que apenas comida. "Tínhamos um custo fixo alto e precisávamos obter outras receitas, então comecei a fazer as festas. Deu certo e comecei um negócio", conta.
O restaurante, que havia mudado de endereço para um bar no bairro boêmio da Vila Madalena, foi mantido em funcionamento por mais um tempo até que a operação de eventos começou a tomar grandes proporções. Foi aí que Santos fechou o estabelecimento e passou a dedicar-se totalmente ao modelo de negócio atual.
Uma "experiência diferenciada" dentro da casa do cliente, como o proprietário define: "Muitas vezes, quando você procura um bar ou restaurante, você não tem aquela intimidade. Você está no ambiente com pessoas que não conhece. Quando leva para casa, a pessoa tem o clima do boteco, mas só com amigos. A comida não tem cerimônia para consumo, não tem formalidade nenhuma. Isso gera descontração, integração entre as pessoas. Todo mundo consegue conversar com todo mundo".
Um dos diferenciais do Boteco em Casa é a facilidade que proporciona ao cliente na realização do evento. "Comida, bebida, decoração, mobiliário, música, brindes, seguranças, recepcionistas...tudo que precisar eu levo. Isso é vantagem para o contratante, que lida com um único interlocutor e faz um único pagamento", esclarece o empresário.
Existem também variações na ambientação feita pela empresa. Os clientes podem escolher o modelo "Botecos pelo Mundo", que permite selecionar um dos países disponíveis – como Estados Unidos, Alemanha, Itália e Espanha – e ter um evento personalizado como um boteco típico do local. "Isso nasceu porque alguns clientes são recorrentes desde o início da nossa operação, então todo ano eles faziam a festa com o mesmo tema. Um deles era uma empresa alemã que queria mostrar a cultura do país para os seus funcionários. Então fizemos o boteco alemão", diz Santos, reforçando que, mesmo nestes casos, "a comida é sempre de boteco. Tudo coisa fácil de comer". Segundo o empresário, a ambientação estrangeira mais procurada pelos consumidores é a espanhola.
Além do serviço de buffet, o Boteco em Casa também conta atualmente com um food truck, que trabalha em eventos esporádicos e pontos itinerantes. Santos, porém, vê a modalidade como um "segundo passo", algo que pode se tornar interessante a partir do momento em que a atividade principal estiver totalmente consolidada. Por conta disso, o empresário hoje busca a expansão por meio de franquias que trabalhem apenas com a parte de eventos, levando a empresa para regiões além de São Paulo. Santos conta que já existem contratos assinados para abrir unidades em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Coritiba.
Em 2015 a empresa realizou 440 eventos e arrecadou R$ 3,5 milhões. Neste ano, o número de festas aumentou 18%, mas o faturamento não manteve a proporção e, até agora, cresceu apenas 6%. "Isso acontece porque os eventos diminuíram um pouco de tamanho neste período. Você escolhia um cardápio mais completo, mas hoje está optando pelo mais simples", explica o empreendedor, que vê a situação como fruto da descrença do consumidor na economia, mas acredita em um melhor cenário futuro: "Assim que o pessoal voltar a ter otimismo, o faturamento volta a crescer".
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