Como ex-office boy faturou R$ 120 milhões com impressoras

Empresário trocou roça pela vida em São Paulo e teve de recriar a primeira empresa, do ramo de máquinas de escrever

Seguir os passos do pai nunca foi uma opção para José Martinho Reis. Nascido em Senhora de Oliveira, município de cinco mil habitantes no interior de Minas Gerais, o agora empresário parecia estar fadado a trabalhar na roça junto com seus irmãos, mas se empenhou para mudar seu destino e hoje é dono da Reis Office, empresa de soluções em impressão que faturou R$ 120 milhões em 2015. 

Foto: Divulgação
Empresário, que precisou se reinventar para dar certo, acredita que mercado dita as regras

Reis se mudou para São Paulo aos 19 anos, sem garantia de trabalho ou melhores condições de vida. "Eu pedi para o meu pai e ele disse que a decisão era minha. Peguei o ônibus, fui até Belo Horizonte e segui para São Paulo. Quando cheguei, fui para a casa de um amigo, onde fiquei até arrumar meu primeiro emprego", conta, em entrevista ao iG

1º passo: funcionário

Oportunidade que, aliás, não demorou muito a aparecer. Em apenas duas semanas, Reis já havia assumido o posto de office boy em uma fabricante de máquinas de escrever, onde tinha dupla função: fazia serviços bancários pela manhã e, durante a tarde, trabalhava no departamento de cobrança. Conseguiu alugar um apartamento por conta própria, mas sem luxo algum. "Fui morar em um quartinho, daqueles que o banheiro fica do lado de fora", diz o empresário.

Assim como o a chance de trabalhar, a ascenção de Reis também veio de forma meteórica: "Com pouco mais de um ano de trabalho, já virei chefe de escritório, mas, depois, percebi que ganhava menos que os vendedores, então quis mudar para comercial. Pedi para ser vendedor e fiz todo o processo de novo. Trabalhei durante 10 anos na empresa".

2º passo: empreendedor

Após deixar o cargo, em 1984, aos 29 anos, Reis deu início ao seu empreendimento. Usou o fundo de garantia, penhorou o carro e a casa que estava construindo e fundou a César Reis, contando também com a ajuda de um sócio. 

Para chegar aos números atuais, no entanto, não bastou apenas uma boa ideia e investimento. Foi preciso muita criatividade para se reinventar e atender às exigências do mercado, afinal, o primeiro serviço oferecido pela empresa foi justamente a venda de máquinas de escrever – produto que caiu em desuso após a popularização dos computadores. 

3º passo: reinvenção do negócio

O ano de 2001 marcou a virada na carreira do empresário. Foi quando ele viu seu sócio desistir, rebatizou a companhia como Reis Office e passou a investir em impressoras, trabalhando no modelo de outsourcing, em que a empresa faz o aluguel das máquinas e fornece os suprimentos. "Oportunidade é como um cavalo selado: ou monta, ou fica. Você precisa pegar a primeira para ter a segunda", brinca o empreendedor.

Após ter atingido, no último ano, o melhor resultado da história da empresa, Reis faz uma projeção otimista para 2016: a expectativa de crescimento vai de 30% a 40%."Époce de crise, época de oportunidades", diz. 

Para alcançar a meta, a Reis Office fez investimentos ao final de 2015. Foram contratados mais de 30 funcionários, que receberam o treinamento adequado para iniciar o alinhados com o trabalho da equipe. "O mercado exige que você seja bem formado, que você tenha o melhor atendimento. A concorrência faz a fente melhorar e o cliente percebe", completa. 

A confiança de Reis é baseada na filosofia de quem precisou mudar radicalmente para não ser deixado para trás. Afinal, "não são os empresários que ditam as regras. É o mercado". 

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