A cobrança do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) começa agora em janeiro em boa parte do País. A contribuição é obrigatória e a alíquota varia de acordo com o modelo do automóvel e com o estado em que o proprietário vive. Se pago à vista, o valor normalmente tem algum desconto – o que pode ser um bom negócio.
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Para os contribuintes que têm a quantia guardada para quitar o IPVA de uma vez, a cota única é mais vantajosa financeiramente. Segundo cálculos feitos pela associação de consumidores Proteste, o parcelamento só valeria a pena se o dinheiro investido estivesse numa aplicação de rendimento mensal líquido de pelo menos 1,55% ao mês ou 20,27% ao ano. Em termos brutos, isso equivale a 2% ao mês ou 26,82% ao ano.
Com a taxa Selic em 6,5% ao ano, o menor patamar desde o início da série histórica do Banco Central (BC), esse é um rendimento impossível de se conseguir em aplicações mais conservadoras e indicadas para essa finalidade, como o Tesouro Direto e a caderneta de poupança. Esta última, a título de comparação, hoje paga cerca de 0,35% por mês.
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"Numericamente não vale a pena [parcelar o valor do IPVA]", explica o educador financeiro Fabrizio Gueratto, do canal 1Bilhão. "Se você consegue um desconto de 3% [valor praticado em São Paulo, por exemplo] à vista, teria que encontrar um investimento que rendesse mais do que esses 3% em três meses [máximo de parcelas do IPVA]. Atualmente, com a Selic em 6,5% ao ano, nenhum investimento de renda fixa com liquidez diária rende 1% ao mês", completa.
Quando parcelar é a única opção
Os contribuintes que não têm dinheiro suficiente para quitar o IPVA de uma vez, porém, não precisam se preocupar. Nesse caso, a dica é não recorrer a empréstimos, uma vez que não adianta quitar uma dívida criando outra. E se esta for a única saída, vale procurar uma linha de crédito que ofereça o menor Custo Efetivo Total (CET) e juros mais baixos do que os cobrados pelo atraso no pagamento do IPVA.
Por isso, também é importante se atentar às datas de vencimento das parcelas. Em São Paulo, por exemplo, a multa diária devida a quem atrasa o pagamento da contribuição é de 0,33% e pode chegar até a 20% depois de 60 dias. Vale lembrar que o contribuinte que não paga o IPVA – nem à vista, nem parcelado – fica impedido de renovar o licenciamento de seu veículo, que pode até ser apreendido.
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Para saber mais sobre o pagamento do IPVA deste ano, o contribuinte deve consultar os sites do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) ou da Secretaria da Fazenda de seu estado. Como as informações podem ser confusas ou insuficientes em algumas dessas páginas, vale entrar em contato com os órgãos públicos responsáveis por telefone ou e-mail para sanar dúvidas.