Previdência perde 1,1 milhão de contribuintes em meio a discussões sobre reforma

Segundo levantamento do IBGE, número de contribuintes previdenciários passou de 59,2 milhões para 58,1 milhões entre os anos de 2016 e 2017

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Governo espera que reforma da Previdência seja votada na Câmara dos Deputados em 19 de fevereiro

A Previdência Social perdeu cerca de 1,1 milhão de contribuintes em 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em meio às discussões do governo em torno da reforma previdenciária, cerca de 58,1 milhões de trabalhadores descontaram valores, em 2017, para ter direito a benefícios como a aposentadoria. No ano anterior, eram pouco mais de 59,2 milhões de contribuintes.

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Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE na quarta-feira (31). Em termos relativos, o número de contribuintes da Previdência passou de 65,5% para 64,1%, entre 2016 e 2017. O levantamento considera os 90,6 milhões de pessoas ocupadas no País no último ano.

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O grupo é formado por empregados do setor privado (com ou sem carteira assinada) e no setor público, trabalhadores domésticos, empregadores e os que afirmam trabalhar por conta própria. O resultado de 2017 indica o segundo ano consecutivo com queda no número de contribuintes. Em 2015, cerca de 59,9 milhões de trabalhadores realizaram algum desconto previdenciário.

A votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados está prevista para acontecer em 19 de fevereiro. Apesar do prazo curto, o presidente Michel Temer admitiu, em entrevista à Rádio Bandeirantes na segunda-feira (29), que o projeto proposto pela equipe econômica do governo poderá sofrer alterações .

Diante do projeto original, a economia de recursos seria de cerca de R$ 900 bilhões em 10 anos. Com este novo projeto amenizado, a economia seria de R$ 550 bilhões a R$ 600 bilhões, ou seja, vale a pena. Entre nada e R$ 550 bilhões, melhor esta economia, que garante os valores dos aposentados e servidores públicos", disse.

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Em 2017, o deficit do setor previdenciário ficou em R$ 268,7 bilhões, em seu pior patamar de toda a série histórica, iniciada em 1995. O valor se refere ao Regime Geral de Previdência Social, gerido pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e o Regime Próprio da Previdência Social, dos servidores públicos e militares. O deficit do primeiro foi de R$ 182,4 bilhões e o do segundo, de R$ 86,3 bilhões.