O secretário especial adjunto de Desestatização e Desinvestimento, Gustavo Montezano, foi anunciado nesta segunda-feira (17) como novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Montezano substituirá Joaquim Levy, que pediu demissão no último domingo (16) após ser criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Mestre em economia pela Faculdade de Economia e Finanças (Ibmec-RJ) e graduado em Engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ), o novo presidente do BNDES tem 38 anos e foi sócio diretor do banco BTG Pactual, onde era responsável pela divisão de crédito corporativo e estruturados. Seu nome foi confirmado pela líder do governo no Congresso Nacional, deputada Joice Hasselmann (PSL), no Twitter.
Anunciado o novo presidente do @bndes : Gustavo Henrique Moreira Montezano. Graduado em engenharia no IME. Bem-vindo ao time @jairbolsonaro
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) June 17, 2019
Em nota, o Ministério da Economia informou que Montezano foi escolhido pelo ministro Paulo Guedes . A pasta também agradeceu ao ex-presidente Levy pelos serviços prestados: "O Ministério da Economia agradece a Joaquim Levy pela dedicação demonstrada enquanto presidente do BNDES".
Entre as prioridades de Montezano no BNDES, estão as privatizações , os desinvestimentos e a reestruturação financera de estados e municípios. Segundo informações publicadas pelo G1 , o novo presidente também deverá buscar investimentos no exterior, devolver parte dos recursos emprestados ao banco pela União e abrir a chamada "caixa-preta" do BNDES .
Demissão de Levy
Na tarde de sábado (15), antes de embarcar para viagem ao Rio Grande do Sul, Bolsonaro afirmou a jornalistas que Levy estava com a "cabeça a prêmio" . Sem ser questionado, o presidente disse que mandou o economista demitir o diretor de Mercado de Capitais do BNDES, Marcos Barbosa Pinto. "Eu já estou por aqui com o Levy. Falei para ele: 'Demita esse cara na segunda-feira ou demito você sem passar pelo Paulo Guedes'", disse.
Marcos Barbosa Pinto foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007). Ele era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma. Ainda no sábado, ele enviou carta de renúncia a Levy afirmando que decidiu deixar o cargo em razão do "descontentamento manifestado" por Bolsonaro.