Produção de petróleo da Petrobras está estagnada, diz presidente da estatal

Para Roberto Castello Branco, a empresa tem desperdiçado investimentos com projetos bilionários que não acrescentam em nada: "Venderam ilusões"

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 3.1.19
'Nos últimos dez anos, a produção de petróleo da Petrobras está estagnada', avaliou o presidente Roberto Castello Branco

Ao comemorar a decisão do STF (Superior Tribunal Federal) de permitir a venda de subsidiárias de estatais sem aval do Congresso , o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que os recursos oriundos do desenvestimento vão permitir o aumento da produção da estatal, que, segundo ele, está há dez anos estagnada. 

"Esses recursos obtidos com a venda de ativos serão usados para redução de dívida. A Petrobras ainda é uma empresa muito endividada. E também para fortalecer o nosso investimento em petróleo e gás. Nos últimos dez anos, a produção de petróleo da Petrobras está estagnada", comentou.

Para o executivo, a estatal desperdiçou investimentos nos últimos anos e, por isso, voltou a reforçar a necessidade de venda de ativos. Mas Castello Branco negou que esteja em curso um "desmonte da Petrobras", e citou como próximo ativo a ser vendido a Liquigás, que atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de gás de cozinha (GLP).

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Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), de 2010 até abril deste ano, a produção da Petrobras (como operadora) passou de 2,422 milhões de barris de óleo equivalente (boe) para 3,135 milhões de boe. É uma alta de 29%.

"Estamos fortalecendo sua função principal, que é a produção de petróleo e gás. Temos capital humano altamente qualificado, possuímos tecnologia e ativos de classe mundial. Mas em lugar de investirmos na expansão de petróleo e gás, desperdiçamos recursos com projetos bilionários que nada acrescentaram. Venderam ilusões da criação de milhares de empregos, que acabaram sendo temporários, causando enorme prejuízo", disse.

O executivo, que participou do lançamento de um  programa para combater furtos de combustíveis na sede da Petrobras , classificou a decisão do STF como "esplêndida". "Mostrou  que no Brasil as instituições são fortes e funcionam garantindo o cumprimento da lei. Aprovou o que era esperado. É uma vitória do Brasil, não apenas da Petrobras. Mostra que o Brasil tem um ambinte amigável para investidores brasileiros e de outros países", comentou.