Proibir cobrança de bagagem vai aumentar preço das passagens, dizem Gol e Azul
Posição foi defendida por representantes das aéreas durante uma sessão na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara: "Não existe mágica"
Por Brasil Econômico |
06/06/2019 17:17:46
Representantes das áreas Gol e Azul afirmaram nesta quinta-feira (6) que proibir as companhias de cobrarem pelo despacho de bagagem vai fazer com que o preço das passagens aumente. A declaração foi feita durante uma audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados.
Leia também: Bolsonaro recua e diz estar convencido a vetar despacho de bagagem gratuito
"A gente precisa ser transparente. Se incluir o preço da bagagem
, a passagem sobe, não existe mágica", disse Marcelo Bento, diretor de Planejamento e Alianças da Azul. O raciocínio foi completado por Alberto Fajerman, assessor da presidência da Gol, que explicou que, se a franquia voltar, a oferta de passagens mais baratas sumirá e o preço médio dos bilhetes aumentará.
A manutenção da cobrança pelo despacho de bagagem também foi defendida por Guilherme Mendes Resende, economista-chefe do Departamento de Estudos Econômicos do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Para Resende, a medida beneficia quem não precisa despachar malas e contribui para melhorar o ambiente regulatório do País.
MP 863
O Senado aprovou a medida provisória 863, apelidada de MP das aéreas , no último dia 22 . Dentre as mudanças trazidas pela medida, estão a ampliação de 20% para 100% da participação do capital estrangeiro nas companhias nacionais e a proibição da cobrança pela bagagem despachada. Esta última foi incluída no texto pela Câmara no dia anterior.
Desde então, diversas entidades do setor aéreo e do próprio governo, como a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o Cade, já pressionaram o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para vetar a bagagem gratuita. Na semana seguinte, o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que Bolsonaro se valerá de "estudos técnicos" para tomar a decisão.