Loja Três diz que não há provas de acusações de assédio moral e preconceito

Acusada de praticar racismo, homofobia, gordofobia e assédio moral com funcionários, empresa disse que denúncias são anônimas e sem provas

Loja Três foi acusada por 11 funcionários e ex-funcionários práticas de assédio e preconceito; na internet, outras pessoas que já trabalharam no local se posicionaram
Foto: Reprodução/Facebook
Loja Três foi acusada por 11 funcionários e ex-funcionários práticas de assédio e preconceito; na internet, outras pessoas que já trabalharam no local se posicionaram


A Loja Três, marca de roupas carioca que tem duas unidades no Rio de Janeiro e outras duas em São Paulo rebateu as acusações de racismo, homofobia, gordofobia e assédio moral publicadas em uma matéria do portal Universa nesta segunda-feira (20). 

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Em nota, a Loja Três  afirma que as acusações de 11 ex-funcionários entrevistados pela reportagem "não retratam a realidade" do dia a dia da empresa e ressaltou que a maior parte das denúncias "são anônimas e dizem respeito a fatos que desconhecemos", o que dificulta a "necessária apuração e diálogo com as pessoas envolvidas".

A marca também lembra que "as alegações não foram oficializadas pelo Ministério Público" e não tem provas, mas que ão se furtará em apurar todas as denúncias , com apoio, inclusive, de uma empresa de compliance para condução do processo com isenção, transparência e rigor."

A loja de roupas , que tem como um dos slogans a frase ""Por trás de peças, pessoas", escreve ainda que o "apreço da empresa" pela diversidade "nunca foi de fachada", e que busca sempre "proporcionar um ambiente inspirador, humano e, principalmente, que respeite a individualidade de cada um."

Confira a nota na íntegra:






























Na internet, usuários e clientes da Três  criticaram o esclarecimento publicado.  "Esse texto é feito a máquina, máquinas querem lucrar [...] Vocês citam a palavra cliente mais que uma vez. E não citam sentimento algum", escreveu um. "Então vocês tão dizendo que as pessoas que denunciaram são mentirosas..?", comentou outro.

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Além dos internautas questionarem se a marca estava querendo dizer que tantas pessoas estavam mentido, ex-funcionários que não relataram suas histórias ao portal Universa também apareceram para denunciar: "Não participei da matéria, mas sou prova VIVA de tudo o que vocês me fizeram passar dentro dessa loja. Vocês são patéticos. Afastar a Guta [uma das donas] é fácil, e os filhos? Os 3 estão errados igualmente. Não adianta nada a equipe de marketing querer passar pano para racista. Melhorem. Vocês são mentirosos, isso sim. Um discurso tão amarrado que até na mentira vocês querem sair ganhando. Nos poupem disso", relatou uma delas.

"Que mentirosos!!! trabalhei por apenas três dias como stylist na loja do rio design leblon e logo pedi demissão porque no meu segundo dia de trabalho sofri assédio moral na frente de todos da loja pela gerente Ana, além de terem oferecido uma vaga X e teria que fazer funções que não foram ditas na entrevista. todos que trabalhavam ali eram infelizes", controu outro.

Entenda o caso

De acordo com a reportagem, há relatos de que a loja  já orientou funcionárias negras a cortar as tranças no cabelo e manter black power "arrumadinho", além de fazer piadas racistas e duvidar da índole de funcionárias negras. Outras denúncias apontam que a dona da marca, Guta Bion, não contrataria trabalhadoras que "não coubessem nas roupas que vendem", em referência ao tamanho que vestem, ou homossexuais "muito afeminados".

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 Há também histórias de constrangimento, além de ex-funcionárias da Loja Três relatarem que não podiam buscar água nos bebedouros, apenas em momentos pré-definidos, que o papel higiênico e o açúcar para o café eram regulados e elas traziam reservas de casas e outros relatos de constrangimento e xingamentos públicos.