Dolly fecha fábrica e demite 700 funcionários; empresário é acusado de sonegação
Dono da fábrica de refrigerantes Laerte Codonho chegou a ser preso e agora está solto, mas contas da empresa continuam bloqueadas o que provocou fechamento de uma fábrica no interior de São Paulo e demissão coletiva
Por Brasil Econômico |
A marca de refrigerante Dolly anunciou nesta segunda-feira (18) que fechou a sua fábrica em Tatuí, interior de São Paulo, e demitiu todos os 700 funcionários que trabalhavam no local devido ao bloqueio das contas da empresa já que o empresário Laerte Codonho, dono da fabricante, é acusada pelo Ministério Público (MP) de ter sonegado R$ 4 bilhões em impostos devidos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
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O dono da Dolly chegou a ser preso e conduzido para o 77º Distrito Policial, no bairo de Santa Cecília, região central da cidade de São Paulo, mas foi liberado oito dias depois. O empresário também teve bens apreendidos (entre eles três helicópteros, 13 automóveis de luxo, além de R$ 200 mil, cerca de 30 mil dólares, 4 mil libras e 4 mil euros em espécie), foi afasado da presidência da companhia, tem que se recolher em casa todas as noites e nos finais de semana, além de ter as contas pessoais e empresariais bloqueadas.
Por isso mesmo, Codonho, que se diz inocente, afirmou "se a conta está presa, não consigo pagar funcionários e também não consigo pagar impostos". Ainda segundo ele, a distribuição dos produtos está comprometida. "Estamos distribuindo em quantidade menor e tentando nos adaptar. Eu não posso vender para as grandes redes porque elas têm um contrato em que depositam na conta. E se deposita na conta, fica parado", relata o empresário.
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Dessa forma, a solução encontrada pela Dolly foi tentar fazer as vendas à vista ou com pagamento em cheque, mas as limitações já começam a ser sentidas na maioria das cidades que a marca de refrigerantes costumava entregar.
A Dolly tem ainda outras duas unidades de fabricação e distribuição: uma em Diadema, a outra no Rio de Janeiro. O empresário, no entanto, não descarta que essas fábricas também sintam os efeitos das limitações judiciais impostas à empresa e se defende dizendo que está sendo perseguido pela Coca-Cola que, segundo ele, está preocupada com a concorrência da Dolly . A multinacional de refrigerantes, por sua vez, diz que "não tem qualquer envolvimento com os processo judiciais que o empresário enfrenta."
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