A consultoria Cambridge Analytica , envolvida no escândalo de vazamento de dados de usuários do Facebook, decidiu afastar o CEO Alexander Nix nesta terça-feira (20). O executivo foi visto falando sobre a possibilidade de criar armadilhas para políticos em gravações de uma câmera escondida da emissora "Channel 4", do Reino Unido.
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"Na opinião do conselho, os recentes comentários de Nix, gravadas em segredo pelo 'Channel 4', e outras acusações, não representam os valores nem as operações da empresa", disse a Cambridge Analytica por meio de comunicado. A empresa anunciou Alexander Tayler como CEO interino.
Além disso, a companhia também disse que iniciou uma investigação paralela para estudar as revelações divulgadas na mídia: "O conselho supervisionará a situação de perto e trabalhará ao lado de Tayler para garantir que os valores da empresa sejam protegidos e que estamos oferecendo um serviço da mais alta qualidade aos clientes".
Segundo informações divulgadas pelos jornais "The New York Times" e "The Observer", a Cambridge Analytica obteve dados de mais de 50 milhões de usuários do Facebook em 2014. Estas informações teriam sido utilizadas na criação de um programa que pretendia influenciar a campanha eleitoral nos Estados Unidos, venciada por Donald Trump.
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Também nesta terça-feira, o órgão responsável por proteger os dados dos usuários da internet no Reino Unido afirmou ter solicitado uma ordem judicial para investigar os computadores da Cambridge Analytica. O pedido foi feito como uma resposta à falta da colaboração da empresa na apuração do caso.
Toda a polêmica que envolve a empresa ficou ainda maior após imagens terem mostrado Nix dizendo ser capaz de oferecer uma grande quantidade de dinheiro a algum candidato para bancar a campanha. Ele também afirmou que teria "tudo gravado" para conseguir manipular este candidato após as eleições.
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"Nós somente colocamos a informação na internet e vemos como ela vai crescendo. De vez em quando, damos um pequeno empurrão com um comando a distância. Isso tem que ocorrer sem que ninguém pense que é propaganda", disse o CEO afastado nas imagens gravadas pela emissora britânica.