Empreendedora abandona emprego e fatura R$ 20 milhões vendendo comidas saudáveis
Jeane Moura trabalhava como vendedora de roupas em um shopping quando percebeu que faltavam opções para quem procurava uma boa alimentação
Por Guilherme Parolim | - Brasil Econômico |
A dieta do brasileiro mudou muito nos últimos anos. O País fechou 2016 como o quinto maior mercado de alimentação saudável, segundo pesquisa divulgada pela Kantar Worldpanel. A empreendedora Jeane Moura, fundadora do restaurante DNA Natural, é uma das responsáveis por espalhar refeições balanceadas pelo Brasil e facilitar a vida de quem deseja fugir dos fast-foods. Hoje, entre shoppings e lojas de rua, a rede já conta com 50 unidades, tendo registrado um faturamento de R$ 20 milhões em 2016.
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Se hoje as pessoas não precisam fazer esforço para encontrar maneiras de se alimentar melhor, em 2007, a empresa foi inaugurada, o cenário era completamente diferente. Foi justamente a falta de opções que fez com que a empreendedora percebesse que poderia ter sucesso no ramo. "Sentia falta de comida saudável em shopping. Levava marmita, fazia sucos e percebi que faltava isso", diz Jeane, que trabalhava como vendedora em uma loja de roupas.
O início certeiro
No começo, o cardápio tinha algumas opções de grelhados, sanduíches e wraps, além do suco natural de laranja, preparado na hora "para fazer barulho". O destaque imediato do restaurante na praça de alimentação fez com que Jeane visse a possibilidade de expansão. A partir daí, o DNA Natural começou a ganhar também as ruas, trabalhando com o conceito de bistrô da alimentação saudável.
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"É um ambiente para encontrar pessoas e passar um bom tempo. Em Aracaju, a cidade inteira sai de casa, entra no carro e vai pra lá", conta. O modelo de rua, inclusive, é o que gera mais lucros. De acordo com a empresária, quem frequenta estes locais já é adepto da alimentação saudável, enquanto nos shoppings ainda é necessário atrair o consumidor. "Shopping tem vários concorrentes do meu lado. Tenho que me destacar com bom atendimento, cardápio saboroso. O mais difícil é mostrar que o saudável também é saboroso", explica.
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Sem medo de arriscar
Apesar de ter entrado em um mercado até então pouco explorado, Jeane afirma não ter tido receio de investir em momento algum. O único problema era controlar os gastos, para que eles não fossem além do dinheiro que chegava ao caixa. "Não tinha experiência, era um mercado completamente diferente. Sapato pode ficar um ano no estoque, mas a laranja dura cinco dias. Tive que me controlar na marra, fazer curso. O medo era de gastar mais do que estava vedendo por falta de controle", confessa a empresária.
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Expansão
Um dos motivos que explicam o crescimento da rede é a capacidade de atender a todos os públicos. Consumidores que não são adeptos da alimentação saudável também conseguem encontrar boas opções no cardápido do DNA Natural. "Eu sempre tentei me adaptar ao que eu movia no caixa de loja. Tenho até hoje refrigerante na geladeira. Minha intenção é ter opções prara o cliente. O cara que gosta de um sanduíche natural com salada, mas que não abre mão do refri, pode comer lá. Você consegue levar um acompanhante que não é saudável. Não vou exigir que a pessoa coma uma salada de alface, tomate e azeitona", afirma.
Futuro da rede
As projeções para 2017 são otimistas. Jeane pretende encerrar o ano com, no mínimo, mais cinco lojas abertas, e alcançar um faturamento 10% superior ao registrado no último ano.
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O próximo passo da empreendedora é levar a marca ao mercado internacional. Jeane já havia encontrado investidores nos Estados Unidos, mas precisou congelar o projeto porque "o Brasil passou por um momento estranho". A ideia é que, no segundo semestre, o DNA Natural já esteja instalado em território americano, incentivando os maiores fãs de fast-food a se tornarem um pouco mais saudáveis, sem deixar de lado o sabor prazeroso de uma boa refeição.