
Como um projeto pode unir sustentabilidade, inclusão social, diversão, cultura, e, de quebra, ainda incentivar uma vida mais saudável? A partir de amanhã, dia 23, a cidade de São Paulo viverá uma experiência que promete juntar tudo isso: o festival de Bike Música, onde toda a energia utilizada para gerar o som e iluminação virá de bicicletas, que serão pedaladas pelo público.
Segundo os organizadores, a cada dia, cerca de 100 pessoas poderão contribuir pedalando, unindo exercício físico, consciência ambiental e celebração cultural. A programação reúne 15 músicos e 10 DJs ao longo de 15 dias de apresentações. Os palcos serão montados no Novo Anhangabaú, centro de São Paulo, entre os dias 23 de setembro a 5 de outubro, e na Estação Brás da CPTM, de 9 a 11 de outubro.
A ideia veio de uma parceria entre a Muda Cultural, agência que viabiliza iniciativas de impacto para diversas áreas (social, educacional, saúde, cultural, entre outras), com a MaraBikes, empresa que promove diversos tipos de eventos com "bicimáquinas", ou seja, bicicletas geradoras de energia limpa.
Alto gasto energético
O impacto ambiental dos festivais de música costuma ser bem considerável. Segundo um levantamento feito pela consultoria Greener Future, somente no Reino Unido, os festivais usam anualmente 12 milhões de litros de diesel, em geral, consumidos em geradores de energia. E o diesel, como se sabe, é proveniente da queima de combustíveis fósseis, os principais vilões que causam as mudanças climáticas. Os grandes festivais, como Rock In Rio e Lollapalooza, já investem em energia limpa, como placas solares, há alguns anos. Porém, a energia gerada no pedal é novidade.
No Bike Música, de acordo com a Muda Cultural, serão usadas 4 caixas de som ligadas às bicicletas, além das fitas de LED. Cada bike gerará energia suficiente para uma caixa de som, sobrando um pouco para as fitas e um pequeno backup. Considerando que o evento terá 4 horas de duração, serão economizados cerca de 400 Watts nesse período.
Além de gerar energia pedalando, em alguns momentos o público poderá pilotar as caixas de som, escolhendo a música que seu pedal irá tocar.
E se a turma cansar? Neste caso, a organização contratou ciclistas, que estarão de plantão e manterão as bikes em funcionamento durante todo o tempo do festival. Ou seja: não tem perigo de a energia sumir.
“O projeto se baseia em três pontos: sustentabilidade, gratuidade e musicalidade. O público poderá interagir, ao entender a importância do pedal, de gerar energia, além de ter a autonomia de fazer a sua própria curadoria musical. Isso em um projeto gratuito, em um espaço público, mostrando que as pessoas podem ocupar esses espaços e tornar a cidade mais acolhedora", diz Italo Azevedo, diretor geral da Muda Cultural.