Cláudia Garcia

Existe felicidade em horário comercial?

O mercado brasileiro está cada vez mais aberto e consciente de que precisa se adaptar

Existe felicidade em horário comercial?
Foto: FreePik
Existe felicidade em horário comercial?


Era uma vez, em um reino nem tão distante assim, a Empresa dos Sonhos, conhecida por sua cultura quadrada e impessoal, onde reinava um cotidiano estressante e de medo frequente. Seus súditos, os colaboradores, viviam desmotivados e infelizes, o que se refletia diretamente na produtividade, no clima organizacional e na qualidade do trabalho.

Em meio à monotonia desses dias complexos, surgiu a guerreira chamada Luz, uma jovem e corajosa líder, que ousou desafiar o status quo. Inspirada por histórias de reinos prósperos onde a felicidade reinava, ela idealizou um plano para transformar a Empresa dos Sonhos em um lugar onde a o cuidado com o colaborador fosse prioridade.

Por meio de um Conselho, composto por especialistas em felicidade no trabalho, employee experience (experiência do colaborador), endomarketing (marketing interno da jornada do colaborador) e  employer branding (marca externa do empregador) Luz embarcou em uma jornada épica. O primeiro passo foi despertar a consciência sobre a importância da felicidade para o sucesso da empresa. Por meio de uma cultura voltada para pessoas no centro, Luz viu o impacto positivo direto de seu trabalho no engajamento, na produtividade, na criatividade e na retenção de talentos.

A base da felicidade no ambiente corporativo

A Empresa dos Sonhos passou por uma renovação completa, com a criação de um ambiente de cuidado ergonômico, políticasde flexibilidade e autonomia, além do constante incentivo à comunicação aberta e à colaboração. Cada stepda jornada do colaborador foi pensada de uma maneira diferente para que o funcionário estivesse engajado desde o momento de receber a notícia da sua contratação até a hora de sair da empresa.

Para fortalecer a cultura da felicidade, Luz e o Conselho organizaram todo o programa de desenvolvimento do colaborador, desde o jovem aprendiz até os diretores. Estudaram profundamente cada uma das gerações presentes na empresa, e construíram uma estratégia que respeitasse as diferenças.

A comunicação interna também foi aprimorada, com a criação de canais bem pensados para que os colaboradores pudessem expressar suas ideias e sugestões, e passaram a ser mais valorizados e ouvidos. A cultura do diálogo e do aprendizado começou a aparecer nos pequenos detalhes.

Os colaboradores já mostravam outro tipo de comportamento. A produtividade disparou e essa empresa foi reconhecida em diversos reinos por sua postura diferenciada. A marca empregadora da empresa se tornou extraordinária, reconhecida por promover a felicidade e o bem-estar dos seus colaboradores.

Maravilha. E como medir isso?

Felicidade Interna Bruta (FIB-T)

Esse caso da Empresa dos Sonhos poderia sim ser medido. Por meio do apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), a pesquisa Felicidade Interna Bruta, foi traduzida e adaptada entre 2018 e 2020 no Brasil pelo Instituto Feliciência. O FIB-T verifica o acesso de um grupo a condições que facilitem a experiência de felicidade. O FIB brasileiro se destaca por sua natureza multidimensional e abrangente.

A verificação proposta pela escala ultrapassa os muros da empresa para compreender os antecedentes de felicidade vivenciados pelo trabalhador em nove domínios: Bem-Estar Psicológico, Saúde, Uso do Tempo, Vitalidade Comunitária, Educação, Cultura, Meio Ambiente, Governança e Padrão de Vida. Com isso, favorece a definição assertiva de políticas e programas de Gestão de Pessoas no que tange à saúde e bem-estar.

No Grupo Sabin, clima organizacional é coisa séria

O Grupo Sabin, há 40 anos atuando no Brasil e um dos maiores players no setor de medicina diagnóstica do país, é um exemplo inspirador de como é possível construir uma empresa de sucesso ao mesmo tempo que se promove a felicidade e o bem-estar das pessoas com ambiente organizacional humanizado e programas de desenvolvimento. Prova disso foram os reconhecimentos do Think Work Flash Innovations, Great Place to Work (GPTW) e FIA/UOL – Lugares incríveis para trabalhar. 

Na visão da Diretora Administrativa e de Pessoas do Grupo Sabin, Marly Vidal, as pesquisas anuais como as citadas, permitem perceber se os programas e políticas estão atendendo às expectativas dos 7 mil colaboradores pelo país. Há iniciativas voltadas para a saúde física, emocional, mental, social, espiritual e financeira, algumas extensivas aos familiares. “Nossos diferenciais na Gestão de Pessoas mostram que entendemos a importância de os colaboradores serem felizes no trabalho. Isso se reflete em resultados, retenção e engajamento”, resume Marly. 

Chief Hapiness Officer, um novo papel que ganha cada vez mais destaque

Como trazer os resultados dos estudos para o contexto corporativo e para o centro das decisões estratégicas? A Certificação Internacional Chief Happiness Officer chancelada pelo Instituto Feliciência – a primeira do Brasil – responde essa e a outras questões.O Instituto integra a maior rede mundial de Certificação CHO, a Woohoo Partnership. Desde 2003, a iniciativa nascida na Dinamarca tem pavimentado o caminho para a criação de locais de trabalho mais felizes saudáveis, sendo a primeira e mais prestigiada certificadora internacional. Reúne 40 organizações em 30 países. 

Investir na felicidade no ambiente de trabalho não é uma tarefa fácil, mas o mercado brasileiro está cada vez mais aberto e consciente de que precisa se adaptar. Isso é compromisso contínuo e esforço conjunto da empresa e dos colaboradores.