Em 2020, diga não à escravidão dos juros altos

O colunista Luís Artur Nogueira explica por que é fundamental equilibrar o orçamento doméstico e se livrar da escravidão do cheque especial

Olá, gravateiros e gravateiras. Os juros básicos (taxa Selic) estão em 4,5% ao ano, o menor patamar da história. Trata-se de uma notícia ruim para quem estava acostumado a ganhar dinheiro na moleza por meio de títulos públicos. Por outro lado, os juros baixos barateiam o crédito, estimulam a economia e geram empregos. Nada disso, no entanto, refresca a vida de quem é escravo do cheque especial. Isso mesmo! O termo é escravidão financeira! É para essas pessoas que eu dedico esse artigo.

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A mais recente pesquisa de juros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a taxa mensal média do cheque especial está em 11,61%. Ao ano, a taxa é de incríveis 273,63%. Alguém que acesse essa linha de empréstimo (eu me recuso a chamar essa modalidade de crédito) sem um mínimo de planejamento financeiro corre um sério risco de se afundar financeiramente. E, assim como na escravidão , seguir trabalhando, trabalhando, trabalhando e sempre dever ao senhor de engenho (no caso, a instituição financeira que cobra os juros escorchantes).

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A partir de 6 de janeiro de 2020, haverá novas regras para o cheque especial. O limite dos juros será de 8% ao mês, equivalente a 151,81% ao ano. Melhora um pouco, mas não muda o quadro de escravidão financeira. Além disso, os bancos poderão cobrar, a partir de junho, uma taxa mensal de 0,25% pela disponibilidade da linha do cheque especial. O percentual incidirá sobre o volume que exceder R$ 500.

Diante deste novo cenário, minha recomendação é muito clara: não use cheque especial nem tenha uma linha à disposição. O simples fato de o dinheiro aparecer no extrato bancário acaba induzindo muitas pessoas a utilizá-lo indevidamente.

Só há um jeito de não precisar do cheque especial. A sua receita precisa ser maior do que a sua despesa. Se isso não está acontecendo, há três alternativas: cortar gastos, aumentar receitas ou fazer as duas coisas simultaneamente.

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Reconheço que equilibrar o orçamento doméstico não é uma tarefa fácil. Se fosse, ninguém utilizaria o cheque especial. É fundamental que toda a família seja envolvida neste esforço coletivo. Caso contrário, todos vão trabalhar muito para engordar os cofres das instituições bancárias. Não há qualidade de vida para quem está preso ao cheque especial. Desejo sinceramente que a sua vida financeira seja saudável em 2020, e que você diga não à escravidão dos juros altos! Assista a seguir a um vídeo sobre o cheque especial.