Como saber se seu emprego está por um fio e driblar o risco de demissão

Especialista diz que desenvolver a autocrítica é fundamental e que é preciso se adequar às lógicas dos superiores na empresa

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Professora enfatiza que realizar as atividades com vontade e responsabilidade é um ponto crucial

O cenário delicado que se espera para a economia brasileira neste ano não deve dar alívio para o mercado de trabalho, que vem sofrendo com o achatamento do lucro de muitas empresas. Com o desemprego em alta, é cada vez mais comum ouvir entre amigos e familiares o medo de ser demitido.

Diante de um momento tão difícil e da insegurança crescente, é preciso ter cautela e ficar atento ao próprio trabalho. Caso esteja desagradando seus superiores, é importante corrigir o problema rapidamente para evitar futuras dores de cabeça.

O iG conversou com a especialista em carreiras e professora da Fundação Dom Cabral, Aline Souki, que deu algumas dicas sobre como identificar problemas na atuação de cada profissional e como corrigi-los. “Desenvolver a autocrítica é muito importante nesse processo. Saber o que se entrega bem e o que não se entrega bem. E cada um só sabe isso de acordo com a leitura que faz da expectativa que o outro possui em relação ao seu trabalho”, afirma. É importante entender a lógica dos superiores para se adequar a ela, e não seguir uma lógica própria.

Ano de crise: quais habilidades uma pessoa pode ter para se manter no emprego?

A professora enfatiza que o primeiro ponto é realizar as atividades com vontade e responsabilidade, além de ter o objetivo de entregar o melhor resultado possível. Ela enfatiza que uma pessoa pode saber que seu emprego está em risco acompanhando os movimentos da organização na qual trabalha. “Clientes estão saindo? Clientes estão entrando? Qual o esforço está sendo feito para manter o funcionário? Na medida em que se acompanha isso já se sabe se haverá corte ou não”, esclarece.

Aline explica que muitas vezes o esforço do funcionário é levado em conta. Se você percebe que não está correspondendo às expectativas, precisa se esforçar ao máximo para provar que pode ficar na organização, uma vez que em momentos econômicos complicados, os funcionários que entregam menos são os que costumam ser dispensados primeiro. “Hoje, com os cortes, quem fica trabalha mais, e não necessariamente terá crescimento na perspectiva que tinha antes. Hoje a relação mudou muito, então se uma pessoa fala ‘estou trabalhando o dobro e estou ganhando o mesmo’, ela deve valorizar o fato de estar empregada”, argumenta.

Caso a pessoa seja demitida, como se organizar para voltar ao mercado?

A especialista defende que o trabalhador deve acompanhar os movimentos da empresa e avaliar as possibilidades caso seja de seu interesse se desligar da companhia. No entanto, ela recomenda “não precipitar o fim”, uma vez que isso pode não ser uma boa estratégia. “A pessoa não pode entrar no primeiro avião. É preciso avaliar a oportunidade que aparece."

De acordo com a professora, é importante que o funcionário identifique suas competências, uma vez que o futuro é incerto. “O dia de amanhã pode não ter emprego, mas pode ter trabalho. Trabalho não falta. A pessoa pode, às vezes, fazer trabalhos por fora, para não concorrentes da empresa para a qual trabalha claro, ganhando já um portfólio curricular de trabalho de freelancer em alguma área, para que se algo aconteça, ela não fique no zero”, explica. 

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