Mapeamento genético do rebanho ajuda na produção de leite para alérgicos

Leite A2 já está disponível no mercado e pode ser utilizado para consumo ou produção de derivados. Sabia como é feita a seleção genética dos animais.

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Cerca de 350 mil crianças no Brasil são alérgicas à proteína do leite. Produto do tipo A2 é a solução que vem conquistando o mercado.

Um nicho de mercado que vem ganhando espaço no setor lácteo brasileiro é a produção de leite para pessoas que possuem alergia às beta-caseínas , que correspondem a 30% das proteínas do leite.

Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) , cerca de 350 mil crianças no Brasil são alérgicas à proteína do leite. Por conta disso, a Embrapa Gado de Leite , em parceria com as associações de criadores das raças Gir Leiteiro e Girolando , vem realizando trabalhos de melhoramento genético onde os sumários de touros do teste de progênie dessas raças (que trazem características genéticas dos touros cujo sêmen será usado na fertilização das vacas), já apresentam a característica para a produção de um leite com menos alergênico, chamado de leite “A2”.

Os bovinos podem apresentar até três tipos de genótipos: A1A1, A1A2 e A2A2. As vacas com genótipo A1A1 produzirão apenas leite com beta-caseína A1, enquanto vacas com genótipo A1A2 darão leite com os dois tipos de proteína. Já os animais com genótipo A2A2 produzirão leite somente com beta-caseína A2.

Os touros também possuem essas variações de genótipo, que são transferidos para os seus descendentes. O mapeamento genético permite selecionar e priorizar a reprodução apenas de reprodutores e doadoras com genótipos A2A2, uma vez que em pesquisas preliminares, as proteínas do leite A1 e A2 mostraram ter um comportamento distinto durante o processo de digestão dos seres humanos.

O leite A2 já pode ser encontrado nas gôndolas de supermercados e busca atender a necessidade de pessoas que querem consumir o leite e seus derivados, mas sem o desconforto que acompanha o processo alérgico.