(Arquivo) Sede do Banco Central do Brasil (BCB) em Brasília, em 29 de maio de 2012
PEDRO LADEIRA
(Arquivo) Sede do Banco Central do Brasil (BCB) em Brasília, em 29 de maio de 2012
PEDRO LADEIRA

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou nesta quarta-feira (19) a taxa básica de juros da economia em um ponto percentual, para 14,25%, a maior em nove anos, dando prosseguimento às suas políticas de combate à inflação.

O quinto aumento consecutivo da taxa Selic, antecipado em janeiro pelo BC, contraria os pedidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de uma redução dos juros para impulsionar o crescimento econômico.

O Copom citou como justificativa "um ambiente externo desafiador", especialmente em função da conjuntura americana. Em relação ao cenário doméstico, mencionou a persistência de um ritmo inflacionário de alta e sinais de "uma incipiente moderação no crescimento".

O comitê sinalizou um aumento da Selic de menor magnitude em sua próxima reunião, em maio, caso as condições atuais se mantenham. O ajuste de hoje para 14,25% confirmou as expectativas de mais de 100 instituições financeiras e consultorias indagadas pelo jornal econômico Valor.

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A Selic atinge seu maior patamar desde o período de julho de 2015 a agosto de 2016, quando se manteve em 14,25%. Naquele momento, o país enfrentava uma forte recessão, sob o governo de Dilma Roussef.

O aumento da taxa básica de juros ajuda a reduzir a pressão sobre os preços e inibe o consumo em massa. A inflação em 12 meses superou em fevereiro a barreira de 5% pela primeira vez desde setembro de 2023, fora do intervalo entre 1,5% e 4,5% contemplado pelas autoridades.

A escalada da inflação ocorre em um momento de queda da popularidade de Lula. Segundo pesquisa divulgada no mês passado pelo instituto Datafolha, a aprovação do governo caiu para 24%, a mais baixa dos mandatos do petista.

O país registra, no entanto, bons indicadores, com um desemprego de 6,5% entre novembro e janeiro e um crescimento econômico de 3,4% em 2024, o melhor desempenho desde 2021.

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