Joseph Eid
Os preços mundiais das commodities cairão no próximo ano e registrarão o menor nível dos últimos cinco anos devido a um enorme excesso de oferta de petróleo, provocado principalmente pelo excesso de produção e pela baixa demanda da China, informou o Banco Mundial nesta terça-feira (29).
"Espera-se que a oferta mundial de petróleo supere a demanda em uma média de 1,2 milhão de barris por dia no próximo ano", anunciou a agência em seu relatório mais recente sobre o mercado mundial de commodities.
De acordo com o BM, a quantidade de excesso de oferta só havia sido registrada em 1998 e 2020. O excesso de oferta de petróleo será "tão grande que provavelmente limitará os efeitos sobre os preços de um conflito mais amplo no Oriente Médio".
O Banco atribuiu o excesso de oferta projetado, em parte, à “grande mudança” que está ocorrendo na China, onde a demanda de petróleo estagnou devido ao aumento das vendas de veículos elétricos e caminhões a gás natural liquefeito (GNL), assim como à queda da produção industrial.
O Banco também prevê que vários países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) “aumentarão a produção de petróleo”, o que alimentará o excesso de oferta e contribuirá para a redução dos preços globais das commodities em quase 10% até o final de 2026.
Mas, apesar da queda acentuada, é provável que os preços globais das commodities permaneçam cerca de 30% acima de seu nível nos cinco anos anteriores à pandemia de covid-19.
“A queda dos preços das commodities e a melhoria das condições de fornecimento podem amortecer os choques geopolíticos”, disse Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial.