BM: eventual governo Trump não terá impacto no financiamento verde do banco

Um eventual retorno de Donald Trump à Casa Branca não terá impacto no Banco Mundial (BM) em termos de financiamentos para o combate às mudanças climáticas, afirmou o presidente da...

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, durante entrevista na sede da instituição, em Washington
Foto: Brendan Smialowski
O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, durante entrevista na sede da instituição, em Washington
Brendan Smialowski

Um eventual retorno de Donald Trump à Casa Branca não terá impacto no Banco Mundial (BM) em termos de financiamentos para o combate às mudanças climáticas, afirmou o presidente da instituição, Ajay Banga, em entrevista à AFP.

O executivo explicou que a instituição já atingiu seus objetivos nessa matéria e que a adaptação ao aquecimento global é um tema transparente nos Estados Unidos. “Meu compromisso era de que 45% dos financiamentos do BM por meio do Bird e da AIF fossem em favor do clima até 2025. Já estamos em 44%, e vamos superar os 45%, então este não é um tema" para as eleições de novembro, afirmou Banga.

“Basta ver o que acontece no país", acrescentou o executivo, referindo-se aos danos causados pelos furacões Helene e Milton no sudeste. "Vão reconstruir e fazê-lo de uma forma mais inteligente. É a mesma ideia, a da adaptação, não vejo um governo que diga: ‘É uma má ideia'”, considerou.

Nos países em desenvolvimento, o financiamento do BM para a adaptação ao aquecimento global pode ser destinado a projetos simples, como "pintar de branco o telhado de zinco vermelho de uma escola, o que reduz a temperatura do prédio em 4 graus. Não vejo nenhum governo se opor a isso", disse Banga.

No entanto, isso poderia ser diferente no que diz respeito à redução do impacto no meio ambiente, principalmente quando se trata de produção de energia, considerando que o ex-presidente e candidato republicano defende um aumento da produção de petróleo e gás para atender à demanda.

"Pode haver um governo que nos diga: 'Não quero que nos concentremos tanto nas energias renováveis', por exemplo", reconheceu Banga, o que representaria um obstáculo, no momento em que o banco tenta "conectar 300 milhões de pessoas à energia elétrica" na África.

AFP