Inflação permanece estável em julho nos EUA e alimenta expectativa por corte de juros

A inflação permaneceu estável, em termos anuais, em julho nos Estados Unidos, a 2,5%, e aumentou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central) reduza as taxas...

Canal de televisão transmite discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, Wyoming, no centro de operações da New York Stock Exchange (NYSE), em 23 de agosto de 2024
Foto: ANGELA WEISS
Canal de televisão transmite discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, Wyoming, no centro de operações da New York Stock Exchange (NYSE), em 23 de agosto de 2024
ANGELA WEISS

A inflação permaneceu estável, em termos anuais, em julho nos Estados Unidos, a 2,5%, e aumentou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central) reduza as taxas de juros em meados de setembro.

O índice PCE, o mais utilizado pelo Fed, registrou, no entanto, uma recuperação na medição mensal entre junho e julho, passando para 0,2% frente a 0,1% entre maio e junho.

Esta evolução está alinhada com as expectativas dos analistas.

Em um ano, "os preços dos bens caíram menos de 0,1% e os dos serviços cresceram 3,7%", afirmou o Departamento do Comércio.

A inflação subjacente, que exclui os preços voláteis da energia e dos alimentos, manteve-se estável tanto em uma base mensal como anual, em 0,2% e 2,6%, respectivamente.

Outra medida da inflação, o índice IPC, com base no qual as aposentadorias são indexadas, mostrou, no início de agosto, uma continuação da desaceleração em julho, para 2,9% em um ano, o nível mais baixo desde março de 2021, em comparação com 3% no mês anterior.

Os gastos dos consumidores aumentaram mais rapidamente em julho do que em junho (0,3%, contra 0,2%), assim como sua renda (0,3%, contra 0,1%), indicou o Departamento do Comércio.

- É tempo -

A queda da inflação anual durante vários meses pode convencer o banco central americano a começar a reduzir suas taxas de juros em sua próxima reunião, nos dias 17 e 18 de setembro.

O Fed aumentou as taxas a níveis não vistos há mais de duas décadas, para tornar o crédito mais caro e, assim, desencorajar o consumo e os investimentos após a pandemia, para moderar as pressões sobre os preços.

"Chegou a hora de um ajuste na política monetária, uma redução das taxas de juros", disse o presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira passada, durante a reunião anual de banqueiros centrais mundiais em Jackson Hole, Wyoming.

É "difícil" imaginar que o Fed não reduza as taxas em meados de setembro, afirmou na segunda-feira a presidente do Fed em São Francisco, Mary Daly.

"Não queremos nos encontrar em uma situação em que mantemos uma política excessivamente restritiva em uma economia em desaceleração", destacou.

O Fed pretende que a inflação chegue a 2% ao ano, nível considerado saudável para a economia.

Atualmente, as taxas de referência estão na faixa de 5,25-5,50%. O Fed observou que a taxa de desemprego subiu a 4,3% em julho.

Wall Street reagiu positivamente aos dados de inflação e abriu em alta nesta sexta-feira. Nas primeiras cotações, Dow Jones ganhou 0,19%, Nasdaq 0,77% e o S&P 500, 0,47%.

AFP