Veículos reabastecem em posto de gasolina em Montebello, na Califórnia, em 15 de maio de 2024
FREDERIC J. BROWN
Veículos reabastecem em posto de gasolina em Montebello, na Califórnia, em 15 de maio de 2024
Frederic J. BROWN

A inflação acumulada em 12 meses nos Estados Unidos caiu mais do que o esperado em maio, a 3,3%, frente a 3,4% no mês anterior, um alívio após a recuperação do início do ano, segundo o índice de preços ao consumidor (IPC) publicado nesta quarta-feira (12).

Os dados do Departamento do Trabalho mostram que na comparação mensal, em maio os preços se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, frente ao avanço de 0,3% registrado de abril sobre março.

O relatório é melhor do que o esperado pelos analistas, que estimavam 0,1% de inflação mensal e 3,4% de aumento nos preços em relação ao mesmo período no ano passado, segundo um consenso reunido pelo Market Watch.

Os preços da energia caíram, sobretudo o da gasolina. Mas os da habitação e dos restaurantes continuaram subindo.

A inflação subjacente, que exclui os dados mais voláteis de alimentação e energia, também se comportou melhor do que o esperado, chegando a 0,2% na medição mensal, em relação a 0,3% de abril sobre março. Mais importante ainda, chegou a 3,4% em 12 meses em maio, em comparação com os 3,7% interanuais em abril.

Os resultados também são melhores que o estimado pelo mercado, que esperava dados de 0,3% e 3,5% respectivamente.

A inflação mudou sua tendência descendente em abril, pela primeira vez desde janeiro.

"As pressões sobre os preços permanecem elevadas, mas mostraram uma moderação bem-vinda no mês passado", resumiu Rubeela Farooqi, economista-chefe da High Frequency Economics.

Wall Street reagiu positivamente aos dados da inflação e abriu em forte alta nesta quarta.

O índice Dow Jones ganhou 0,92% nas primeiras operações. Nasdaq e S&P 500, que alcançaram recordes na terça-feira, subiram 0,89% e 0,86%, respetivamente.

"Os preços ainda estão muito altos, mas o relatório publicado hoje mostra progressos encorajadores na redução da inflação", comemorou o presidente Joe Biden, que busca a reeleição em novembro, em comunicado.

No meio da campanha, o democrata acusou os republicanos de possuírem "uma abordagem diferente" em relação à economia que consiste em "reduzir impostos sobre os ricos e as grandes empresas".

- Expectativa sobre o Fed -

Estes resultados deveriam representar um alívio para o Federal Reserve (Fed, banco central americano), que terminará sua reunião de política monetária de junho na tarde deste quarta-feira em Washington DC.

Os dados são, contudo, superiores à meta do Fed, de 2% de inflação anual.

O mercado espera que o Banco Central americano mantenha suas taxas de juros inalteradas, em uma faixa de 5,25%-5,50%, a mais elevada em mais de 20 anos.

O Fed aumentou as taxas de juros para combater a inflação: ao elevá-las, o crédito fica mais caro e isso desestimula o consumo e o investimento, arrefece a economia e limita as pressões sobre os preços.

O mercado aguarda eventuais cortes nas taxas ainda este ano.

O índice de inflação PCE, o mais seguido pelo Fed, permaneceu estável na medição de 12 meses em abril, em 2,7%.

Os dados de maio serão divulgados no final de junho.

    AFP

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