
O Mercado Livre registrou receita recorde de R$ 39,8 bilhões ( US$ 7,4 bilhões) no terceiro trimestre deste ano, um avanço de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Apesar do crescimento, o lucro líquido caiu para R$ 2,27 bilhões ( US$ 421 milhões), resultado abaixo das projeções de analistas e 19% inferior ao trimestre anterior.
A margem líquida recuou para 5,7%, influenciada por custos logísticos e aumento das despesas operacionais.
O principal fator de expansão foi o aumento de compradores únicos ativos, que atingiu 76,8 milhões — crescimento de 26% em um ano.
Segundo o relatório da empresa, disponível no site oficial do Mercado Livre, a redução do valor mínimo para frete grátis no Brasil levou ao maior acréscimo trimestral de novos compradores da história da plataforma.
A medida, no entanto, elevou as despesas com transporte e reduziu a rentabilidade por transação.
O volume bruto de mercadorias (GMV) somou R$ 88,8 bilhões (US$ 16,5 bilhões), alta de 28% em dólares e de 35% em base cambial neutra. Ao todo, foram vendidos 635,2 milhões de itens, um avanço de 39% em comparação com o terceiro trimestre do ano passado.
A empresa também ampliou a eficiência logística: 172,9 milhões de pedidos foram entregues no mesmo dia ou no dia seguinte, 28% a mais que no ano anterior.
O segmento financeiro, operado pelo Mercado Pago, manteve ritmo acelerado. O volume total de pagamentos processados alcançou R$ 382,1 bilhões (US$ 71,2 bilhões), 41% acima do ano anterior.
A base de usuários ativos mensais da fintech chegou a 72,2 milhões, aumento de 29%.
O portfólio de crédito atingiu R$ 59,5 bilhões (US$ 11,0 bilhões), com crescimento de 83% em doze meses.
A carteira de investimentos sob gestão somou R$ 81,6 bilhões (US$ 15,07 bilhões), enquanto a margem líquida de juros após perdas ficou em 21%, abaixo dos 24,2% registrados um ano antes, resultado de compressão nas operações da Argentina.
O índice de inadimplência acima de 15 dias caiu de 7,8% para 6,8%, e acima de 90 dias, de 17,9% para 17,6%.
Mercado eletrônico

No comércio eletrônico, as receitas alcançaram R$ 22,5 bilhões (US$ 4,17 bilhões), divididas principalmente entre Brasil, México e Argentina. A unidade fintech somou R$ 17,4 bilhões (US$ 3,23 bilhões).
O Brasil respondeu por R$ 22,7 bilhões (US$ 4,22 bilhões) em receitas consolidadas, somando operações de marketplace e serviços financeiros.
O lucro operacional do trimestre foi de R$ 3,89 bilhões (US$ 724 milhões), com margem de 9,8%, frente a 12,2% no trimestre anterior.
A empresa atribuiu a redução a custos de vendas e despesas gerais, de marketing e desenvolvimento, além de maiores provisões de crédito.
O fluxo de caixa livre ajustado foi de R$ 1,1 bilhão (US$ 206 milhões), após investimentos de R$ 1,92 bilhão (US$ 357 milhões) em capital e R$ 9,31 bilhões (US$ 1,73 bilhão) na expansão da carteira de crédito.
O caixa disponível, investimentos e ativos digitais totalizavam R$ 28,3 bilhões (US$ 5,27 bilhões) no fechamento do trimestre.