
A multinacional suíça Nestlé anunciou nesta quinta-feira (16) que vai cortar 16 mil postos de trabalho em todo o mundo nos próximos dois anos, como parte de um plano de reestruturação para reduzir custos e acelerar mudanças internas. As mudanças foram feitas pelo novo CEO da marca, Philipp Navratil .
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“O mundo está mudando, e a Nestlé precisa mudar mais rápido” , afirmou o executivo, que assumiu o comando da companhia no início de setembro. Segundo ele, a decisão envolve “escolhas difíceis, porém necessárias” para ajustar o tamanho do quadro de funcionários .
Foco em investidores
As demissões devem representar 5,8% dos cerca de 277 mil funcionários da Nestlé ao redor do mundo, segundo agências internacionais de notícias. Após o anúncio, as ações da empresa subiram mais de 8%, chegando a 82,30 francos suíços (cerca de R$ 562) na manhã desta quinta.
De acordo com a Nestlé, 12 mil dos cortes ocorrerão em cargos administrativos, o que deve gerar economia de 1 bilhão de francos suíços ( R$ 6,8 bilhões ), o dobro do previsto anteriormente. Outras quatro mil demissões já estão em andamento nas áreas de produção e cadeia de suprimentos.
A empresa também ampliou sua meta de economia total para 3 bilhões de francos suíços (R$ 20,5 bilhões) até 2027. Antes, a meta era de R$ 17 bilhões.
Medidas para se recuperar no mercado
O anúncio das demissões foi feito junto com o balanço dos primeiros nove meses de 2025, que apontou queda de 1,9% nas vendas. O crescimento orgânico foi de 3,3%, impulsionado por reajustes de preços de 2,8%.
Dona de mais de 2 mil marcas, entre elas Kit Kat, Nespresso, Perrier, Purina e Gerber, a Nestlé vive um período de instabilidade desde 2022, segundo a AFP. Em setembro, a empresa passou por uma crise de gestão com a demissão do antigo CEO por causa de um relacionamento no trabalho e a saída antecipada do presidente do conselho.
Analistas afirmam que Navratil tenta restabelecer a confiança e o crescimento do grupo, que também enfrenta os efeitos de um escândalo envolvendo sua água engarrafada iniciado na França em 2024.