
O CEO do iFood, Diego Barreto, afirmou que a empresa é alvo de um "ataque coordenado e sistemático" de espionagem corporativa. A companhia confirmou os ataques em nota enviada ao Portal iG nesta quarta-feira (15).
Segundo o informe, algumas consultorias, em sua maioria estrangeiras, têm oferecido pagamentos a funcionários em troca de informações estratégicas e sigilosas da empresa. Ele não citou nomes.
De acordo com Barreto, a prática foi identificada a partir de mais de 170 mensagens enviadas nos últimos meses por essas consultorias. As abordagens têm como principal alvo os executivos das áreas de Negócios, Tecnologia e Comercial, com convites para entrevistas genéricas que evoluem para pedidos de dados sensíveis.
"Esse tipo de assédio ocorreu principalmente via LinkedIn, em inglês, e por e-mail corporativo, tendo como alvo principalmente executivos das áreas de Negócios, Tecnologia e Comercial", disse o CEO à CNN Money.
Os valores oferecidos pelas informações variam entre US$ 250 e US$ 400 (cerca de R$ 1,3 mil a R$ 2,1 mil) por hora de conversa, e podem chegar a R$ 5,5 mil em casos disfarçados de entrevistas de emprego.
"Tudo isso mostra uma tentativa clara de espionagem corporativa para obter informações estratégicas do iFood, de maneira ilícita e antiética", disse Barreto.
Segundo o executivo, o caso foi encaminhado às autoridades civis e criminais, e dois mandados de busca já foram emitidos pela Justiça. Na nota enviada ao iG, a empresa disse que reforçou os protocolos internos de segurança e compliance. Além disso, criou canais de denúncia e fluxos de resposta rápida.
O iFood também notificou extrajudicialmente as consultorias envolvidas e concorrentes que tiveram seus nomes mencionados nas abordagens.
"O iFood repudia qualquer tentativa de coagir colaboradores a quebrarem o sigilo profissional e continuará tomando as medidas cabíveis para proteger seu negócio", informou a companhia.
Barreto afirmou ainda que o mercado brasileiro de delivery "é um dos mais competitivos e inovadores do mundo" e que a sobrevivência no setor deve existir "em concorrência leal, com respeito à ética e às leis".
Nota do iFood ao iG
O iFood está sendo alvo de um ataque coordenado e sistemático de consultorias, em sua maioria estrangeiras, que oferecem entrevistas remuneradas para funcionários em troca de informações estratégicas e sigilosas sobre a empresa. A espionagem corporativa é considerada crime pela legislação brasileira, e a tentativa de obter informações confidenciais por outras empresas também é expressamente proibida e passível de punição.
A companhia repudia essa tentativa de coagir seus colaboradores a quebrarem o sigilo profissional e informa que já está tomando as medidas cabíveis para proteger o seu negócio. Como empresa brasileira, o iFood continuará trabalhando para a construção de um ambiente transparente e ético no mercado de delivery, que faça jus à importância que o setor tem para o país e para os brasileiros.