IA transforma consultores em ‘cyborgues’ no mercado financeiro

Rafael Conessa, da Caixa Vida e Previdência, explica no AI Bank Summit 2025 como a tecnologia amplia capacidades humanas

Rafael Conessa explica trabalho da IA na Caixa
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Rafael Conessa explica trabalho da IA na Caixa

Durante sua palestra no AI Bank Summit 2025, nesta terça-feira (14), Rafael Conessa, diretor comercial e de marketing da Caixa Vida e Previdência, detalhou como a Inteligência Artificial vem transformando a atuação dos consultores de negócios, ampliando suas capacidades e alterando a forma de interagir com clientes.

O evento, realizado de forma online até sexta-feira (17), reúne especialistas e líderes do setor financeiro e é organizado pela 4U EdTech e pelo Cursos Edgar Abreu.

Conessa afirmou que a integração da IA nos processos corporativos permite que os profissionais se concentrem em funções estratégicas, enquanto a tecnologia assume tarefas de análise de dados e simulação de cenários.

Ele apresentou a distinção entre:

  • humanóides, que imitam funcionalidades humanas; andróides, que replicam aparência e comportamento;
  • e cyborgs, humanos com capacidades aumentadas pela tecnologia, classificando os consultores atuais como cyborgues, capazes de analisar dados, simular sentimentos e replicar comportamentos.

Uma das ideias centrais da palestra foi a importância do “querer” humano na inteligência. Conessa destacou que a capacidade de decisão e disposição para agir define a inteligência humana, enquanto a IA expande as possibilidades de execução.

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Ele apresentou uma tabela ilustrativa com os conceitos de capacidade (posso) e disposição (quero), demonstrando que apenas quando ambas são altas é que se alcança resultado efetivo.

Segundo Conessa, a implementação da IA segue uma abordagem pragmática, organizada em três pilares: separar o hype da realidade, identificar casos de uso e solucionar problemas reais do dia a dia.

Ele exemplificou que, antes, os consultores realizavam manualmente tarefas como análise de perfil do cliente, busca de dados externos, interpretação, simulação e montagem de propostas.

Com a IA, essas funções passam a ser automatizadas, liberando tempo para interação direta com os clientes e atendimento mais eficiente.

O executivo destacou a força da equipe de vendas da Caixa, afirmando que, se todos os consultores fossem reunidos no Maracanã, ainda faltaria espaço para comportar todos, totalizando mais de 100 mil profissionais.

Entre os desafios apontados para a adoção da tecnologia estão barreiras geográficas, custos, disponibilidade e multicanalidade.

Na capacitação, a instituição aposta em um ambiente digital de aprendizagem, totalmente acessível pelo WhatsApp, com conteúdos curtos e fracionados, vídeos de até três minutos e cursos completos de até 15 minutos. Desde o lançamento, mais de 21 mil certificados foram emitidos.

A utilização de avatares gerados a partir de uma única gravação permite reduzir custos e agilizar a produção de conteúdo, mantendo presença social e interação dos consultores.

Ele exemplificou que a combinação entre humanos e avatares em campanhas publicitárias permite maior eficiência e conexão com clientes, reforçando a transição de consultores tradicionais para profissionais com capacidades ampliadas pela tecnologia.


A IA vai acabar com o emprego?

Conessa comparou a descoberta da IA à do fogo: sem controle humano, a ferramenta não agrega valor, mas quando direcionada pelos profissionais, potencializa funções estratégicas.

Com essa comparação, ele avaliou que a inteligência artificial não retirará o emprego dos seres humanos. Na opinião dele, apenas permitirá uma transformação no mercado de trabalho e que as pessoas terão que se preparar.

O AI Bank Summit 2025 segue com debates sobre ética, regulação, automação e transformação digital, abordando o impacto da IA no mercado financeiro e no modelo de trabalho das empresas.