Dólar recua e Bolsa bate recorde após discursos de Lula e Trump

Encontro entre líderes na ONU e diferencial de juros impulsionam valorização do real e alta no Ibovespa

A inflação medida pelo IPCA acumula 5,23% em 12 meses
Foto: Divulgação/HC Investimentos
A inflação medida pelo IPCA acumula 5,23% em 12 meses
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (23), durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

O encontro, que incluiu conversas e o agendamento de uma nova reunião para a próxima semana, foi interpretado como um sinal de aproximação diplomática entre os dois países.

O gesto reduziu tensões sobre tarifas americanas que vinham pressionando exportações brasileiras.

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A repercussão do encontro refletiu diretamente nos mercados. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o dia em alta de 0,91%, aos 146.424,94 pontos, o maior fechamento nominal de sua história.

Durante o pregão, o índice chegou à marca inédita de 147.178 pontos, estreando nos 147 mil pontos pela primeira vez.

Já o dólar comercial caiu 1,10%, fechando a R$ 5,279, no menor patamar desde junho de 2024. No acumulado de 2025, a moeda registra desvalorização de 14,2%, uma das maiores entre países emergentes.

Fatores internos e externos

A combinação de fatores internos e externos sustenta esse movimento. No Brasil, a taxa Selic permanece em 15% ao ano, maior nível em duas décadas, o que atrai fluxo de capital estrangeiro em busca de rendimentos elevados.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve sinaliza cortes de juros para setembro e dezembro, podendo encerrar o ano com taxa entre 3,75% e 4%. O diferencial de juros torna o real mais atrativo para operações de “carry trade”.


Além disso, o enfraquecimento global do dólar, com queda de cerca de 10% do índice DXY em 2025, reforça a valorização da moeda brasileira.

O cenário doméstico também contribui. A inflação medida pelo IPCA acumula 5,23% em 12 meses, enquanto a balança comercial segue com superávit robusto, impulsionado pelas exportações de soja para a China.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária reforçou a expectativa de manutenção da Selic em patamar elevado, sinal que ampliou o otimismo dos investidores.