
O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (17) novo edital para a contratação de 2.279 profissionais pelo Programa Mais Médicos. As vagas, que priorizam regiões de maior vulnerabilidade e áreas de difícil acesso, serão disponibilizadas para 4.771 municípios.
Destes, 1.296 cidades terão vagas imediatas e 3.475 poderão manifestar interesse e ter ampliação de profissionais. Em entrevista à imprensa, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o programa contará com mais de 28 mil médicos após as novas contratações.
Atenção primária

Os profissionais contratados pelo programa atuam em equipes de Saúde da Família e, quando necessário, encaminham o paciente para um especialista. Padilha avalia que o Mais Médicos “aumenta muito a capacidade de resolver os problemas de saúde na atenção primária”. “Evidências e estudos mostram que a presença desse médico reduziu o encaminhamento para a atenção especializada”, completou o ministro.
A região da Amazônia Legal será contemplada com 473 vagas em 709 cidades, segundo a pasta. Para aderir às vagas, gestores de estados e municípios devem se inscrever por meio do sistema e-Gestor até 24 de março, com resultado previsto para 8 de abril. Estão previstas vagas para profissionais negros, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência.
Prontuário eletrônico
Ainda segundo a pasta, o uso do prontuário eletrônico do Sistema Único de Saúde (SUS) — e-SUS APS — por profissionais do Mais Médicos deve auxiliar na redução do tempo de espera por atendimento médico especializado.
O documento é gratuito e, de acordo com o ministério, acelera a integração do acesso às informações do paciente entre a atenção primária e a atenção especializada.
O ministro explica que é por meio desse prontuário que o profissional sabe se o paciente voltou à unidade para retorno da consulta, se as informações estão completas e se os exames estão em dia. “Ou seja, um canal rápido e eficiente, tanto para o paciente, como para o profissional”, afirma Padilha.
Médicos formados em outros países
Ainda na segunda, a pasta recepcionou 402 médicos formados no exterior e inscritos no Mais Médicos, que irão prestar atendimento a partir de abril em 22 estados. “Esses profissionais estão inicialmente alocados em cerca de 180 municípios e 15 Distritos Sanitários de Saúde Indígena”, destacou o ministério.
A grande maioria dos médicos nasceu no Brasil: são 397 brasileiros e cinco estrangeiros. Os dados da pasta destacam ainda que 52,7% dos profissionais são mulheres e 57 profissionais vão atuar especificamente na saúde indígena.
O Módulo de Acolhimento e Avaliação, em parceria com o Ministério da Educação, vai até 11 de abril e oferece aulas sobre o SUS e temas essenciais para o atendimento de populações vulneráveis na atenção primária.
Entre os principais tópicos estão equidade étnico-racial, saúde mental e o programa Bolsa Família. Ao final do curso, os médicos passam por uma avaliação, sendo necessário atingir a média mínima de 50% para ser aprovado.