Programa foi relançado este ano pelo governo Lula III
Tomaz Silva/ Agência Brasil
Programa foi relançado este ano pelo governo Lula III


Entre 2021 e 2024, mais da metade das contratações do programa Minha Casa, Minha Vida foram realizadas por jovens entre 18 e 30 anos, apontando uma mudança no comportamento desse público em relação à aquisição de imóveis, segundo informações da Folha de S.Paulo.

Dados mostram que 51% dos contratos firmados no período foram por pessoas dessa faixa etária, totalizando 782 mil financiamentos e investimentos de R$ 123 bilhões.

Desde a criação do programa, em 2009, 48% de todos os financiamentos também foram destinados a jovens, reforçando uma tendência de busca pela casa própria, mesmo diante de interpretações de que esse público estaria menos interessado em bens materiais.

O cenário contraria a ideia de que jovens evitam adquirir patrimônio, sinalizando uma procura crescente por imóveis entre aqueles que iniciam suas trajetórias profissionais.

O desejo de independência, aliado a vantagens como taxas de juros de até 8,16%, possibilidade de financiar com ou sem entrada, e uso do FGTS , tem atraído esse público.

A oferta de imóveis na planta, novos ou usados, também contribui para a expansão dessa adesão, ao mesmo tempo em que o novo formato do programa facilita o acesso para famílias de baixa renda.

Especialistas indicam que fatores como renda menor e entrada flexível são determinantes para o comportamento dos jovens no mercado imobiliário.

Segundo Inês Magalhães, representante da Caixa Econômica Federal, as mudanças recentes no programa beneficiaram aqueles com rendas mais baixas, enquanto Alberto Ajzental, da FGV, destaca o aumento da demanda por imóveis por jovens em início de carreira.

Além disso, as experiências negativas com aluguel nas gerações anteriores, a busca por comunidade e sustentabilidade e a valorização de espaços compartilhados são características marcantes na escolha por moradia.


Renée Silveira, diretora de incorporação da Plano&Plano, ressalta a importância de práticas sustentáveis para esse público.

"Não que os jovens não queiram um carro, mas preferem usar bicicleta ou transportes públicos e serem sustentáveis", afirmou à Folha de S.Paulo.

Sobre a escolha de imóveis, ela acrescenta: "O pensamento deles é ‘eu preciso de um apartamento de três dormitórios? Não, preciso do básico’".

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