Banco Central vendeu US$ 20,07 bilhões diretamente ao mercado
Valter Campanato/Agência Brasil
Banco Central vendeu US$ 20,07 bilhões diretamente ao mercado


O Brasil encerrou 2024 com uma redução em suas reservas internacionais , que caíram 7,1%, equivalente a US$ 25,3 bilhões, em comparação ao ano anterior. O saldo registrado foi de US$ 329,7 bilhões, o menor desde 2019, segundo informações do Portal G1.

Essa diminuição foi acompanhada por uma valorização expressiva do dólar , que subiu 27% ao longo do ano, refletindo um cenário econômico marcado por tensões globais e incertezas domésticas.

Entre os fatores que contribuíram para a redução das reservas, o Banco Central vendeu US$ 20,07 bilhões diretamente ao mercado e realizou leilões de linha no montante de US$ 15 bilhões.

Esses movimentos visaram conter a volatilidade cambial em um período de alta pressão sobre o real. A política de livre flutuação da moeda continuou vigente, mas a intervenção foi considerada necessária para evitar disfuncionalidades nos preços do dólar.

As condições externas também exerceram influência sobre o câmbio. A alta nos juros dos Estados Unidos e a reeleição de Donald Trump contribuíram para um fluxo maior de capitais em direção ao mercado norte-americano.

Conflitos internacionais e preocupações com as contas públicas brasileiras adicionaram camadas de incerteza, agravando o movimento de valorização do dólar frente ao real.

As reservas internacionais do país têm um papel estratégico na proteção contra crises externas, proporcionando autonomia financeira e evitando a dependência de empréstimos internacionais, como os do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Essas reservas são compostas por dólares aplicados em ativos seguros, principalmente títulos do Tesouro dos EUA, e representam uma medida de segurança para momentos de alta instabilidade econômica.


Posições do Banco Central

Roberto Campos Neto, que comandou o Banco Central até o início de 2025, destacou a importância das reservas para evitar distorções no mercado cambial. Ele observou que, sem a atuação do BC, haveria riscos de disfuncionalidades nos preços do dólar.

Gabriel Galípolo, atual presidente do Banco Central, afirmou que o movimento do dólar no fechamento de 2024 não pode ser classificado como um ataque especulativo. Segundo ele, o mercado opera com posições contrárias, envolvendo tanto compradores quanto vendedores, e não de forma coordenada.

"Ataque especulativo não representa bem como o movimento está acontecendo no mercado hoje", disse Galípolo em entrevista concedida em dezembro.

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