Os investidores estrangeiros retiraram R$ 24,2 bilhões da B3 em 2024, registrando o maior saldo negativo anual desde 2015. Este é o pior resultado em nove anos, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta.
O saldo de 2024 se soma a outros períodos de baixa, como 2018 e 2019, quando os valores negativos foram de R$ 4,83 bilhões e R$ 6,50 bilhões, respectivamente.
No entanto, em anos como 2022, o fluxo estrangeiro alcançou um recorde de R$ 119,79 bilhões, impulsionado pela retomada econômica pós-pandemia. Em 2023, o saldo também foi positivo, somando R$ 55,95 bilhões.
O desempenho negativo de 2024 foi acompanhado de uma queda acumulada de 10,36% no Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores brasileira. A entrada líquida de capital estrangeiro ocorreu apenas nos meses de julho, agosto e setembro.
O mês de abril registrou a maior retirada de recursos, com saldo negativo de R$ 11,10 bilhões, seguido de fevereiro e janeiro, com saídas de R$ 8,77 bilhões e R$ 7,90 bilhões, respectivamente. Por outro lado, os meses de agosto e julho tiveram as maiores entradas, totalizando R$ 10,01 bilhões e R$ 7,35 bilhões.
Diversos fatores contribuíram para a saída de investidores do mercado acionário nacional. Entre eles, a alta do dólar, a aceleração da inflação e a expectativa de juros elevados por um período prolongado tiveram impacto.
Além disso, a deterioração do cenário fiscal, com dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas, reforçou a cautela dos investidores internacionais.
Apesar das saídas, a B3 registrou entradas mais modestas em meses como setembro, outubro e dezembro, que somaram R$ 1,67 bilhões, R$ 0,32 bilhões e R$ 1,70 bilhões, respectivamente.
O fluxo internacional no mercado acionário brasileiro variou ao longo da última década. Anos como 2020 e 2016 apresentaram entradas menores, de R$ 0,70 bilhão e R$ 19,54 bilhões, enquanto 2021 registrou um saldo positivo de R$ 41,54 bilhões.