Haddad indica novos cortes e diz que dólar vai se acomodar: "Estamos fazendo nossa parte"

Pressionada pelo pacote fiscal, sob análise do Congresso, a moeda americana opera em alta e se aproxima dos R$ 6,17

Ministro Fernando Haddad disse que o câmbio flutua em momentos de pendência do pacote de corte de gastos
Foto: Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Ministro Fernando Haddad disse que o câmbio flutua em momentos de pendência do pacote de corte de gastos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou nesta quarta-feira (18) que a equipe econômica pode adotar novas medidas de cortes de gastos no futuro.

"Eu nunca falei que isso [processo de cortes de gastos] é um trabalho que se encerra. Não se encerra. Nós vamos acompanhá-lo. Vamos fazer uma avaliação do que foi aprovado, nós temos também a questão da desoneração da folha que tem uma pendência no Supremo que nós vamos resolver", afirmou o ministro, a jornalistas.

Ele estava saindo do prédio da pasta e seguia para um almoço com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, em que irão conversar sobre a tramitação do pacote de cortes de gastos no Senado.

Nesta terça-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou o primeiro projeto do pacote de corte de gastos - uma proposta que proíbe a ampliação de benefícios fiscais em caso de déficit nas contas públicas.

Faltam três propostas legislativas para o pacote passar por completo na Casa. Com a íntegra das medidas, a área econômica projeta economizar R$ 327 bilhões até 2030.

Disparada do dólar

Quando perguntado sobre o dólar, que disparou nos últimos dias mesmo com os leilões realizados pelo Banco Central (BC) para segurar a cotação, Haddad disse que a moeda "vai se acomodar".

"Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar", disse Haddad.

"Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio flutua" afirmou.

Quando questionado sobre um suposto ataque especulativo no país, ele respondeu que prefere "trabalhar com os fundamentos".

"Pode estar havendo, mas não estou aqui querendo fazer juízo sobre isso. Esses movimentos mais especulativos são coibidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central", diz.

Ele disse acreditar que a moeda tende a oscilar num momento de pendência do pacote fiscal, sob análise do Legislativo.

"Mas eu acredito que ele [dólar] vai se acomodar. Eu tenho conversado muito com as instituições financeiras. A previsão de inflação para o ano que vem, a previsão de câmbio paro ano que vem. Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio futuro o Banco Central tem intervido. O Tesouro passou a atuar na recompra de títulos. E eles vão continuar acompanhando até estabilizar", concluiu o ministro da Fazenda.