O dólar encerrou o mês de outubro em alta de 0,31%, cotado a R$ 5,7813 nesta quinta-feira (31), o valor mais alto desde março de 2021. Essa valorização de 6,14% no mês se deu principalmente devido às expectativas de cortes de despesas do governo .
Com isso, a moeda americana acumulou ganhos de 1,34% na semana e 19,14% no ano. Na última quarta (30), o dólar já havia apresentado leve alta de 0,04%, fechando a R$ 5,7634.
No cenário do mercado de trabalho, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou a menor taxa de desocupação da série histórica, um indicativo de aquecimento.
Segundo a economista Claudia Moreno, em entrevista ao Portal G1, a diminuição do desemprego reflete uma robustez no mercado, mas pode complicar o controle da inflação no setor de serviços.
A pressão inflacionária pode exigir ajustes na política monetária, o que traz expectativa para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, prevista para a semana que vem.
O mercado espera que o Copom aumente a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, uma medida voltada para o controle da inflação.
Ibovespa
Em paralelo, o Ibovespa, índice principal da bolsa brasileira B3, fechou em queda de 0,71%, aos 129.713 pontos.
Esse resultado contribuiu para uma perda de 0,14% na semana e de 1,59% em outubro, acumulando uma desvalorização de 3,33% no ano. No dia anterior, o índice havia registrado uma baixa leve de 0,07%, encerrando aos 130.639 pontos.
Cenário fiscal
No cenário fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a preocupação do mercado sobre os riscos fiscais. Para assegurar a estabilidade do arcabouço fiscal, a equipe econômica do governo pretende anunciar propostas de corte de gastos obrigatórios.
Com o mercado de trabalho aquecido, especialistas sugerem que a redução da taxa de desemprego pode levar a uma elevação adicional nos juros, pressionando o Banco Central a aumentar a Selic para conter a inflação.