O dólar registra um novo dia de alta nesta terça-feira (2), fechando a R$ 5,66, maior patamar desde 10 de janeiro de 2022. Mais cedo, a moeda norte-americana chegou a bater R$ 5,68. Esse é o terceiro dia consecutivo de elevação da cotação da moeda, em alta desde a semana passada.
Os investidores continuam reagindo às recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central do Brasil, especialmente direcionadas ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
Em uma entrevista à Rádio Sociedade em Salvador (BA), Lula mencionou um "jogo de interesse especulativo" contra o real e destacou que a alta do dólar após suas críticas não tem justificativa clara. Ele também afirmou que o próximo presidente do BC verá o Brasil "como ele é, e não como o sistema financeiro diz".
No mercado financeiro, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira B3, operou em alta impulsionado pelas ações da Vale e Petrobras.
Dólar
Às 11h30, o dólar subia 0,45%, sendo cotado a R$ 5,6784. A moeda alcançou uma máxima de R$ 5,6869 durante o dia. No dia anterior, teve uma alta de 1,15%, encerrando a R$ 5,6527.
Acumulado:
- avanço de 1,15% na semana;
- ganho de 1,15% no mês;
- alta de 16,49% no ano.
Ibovespa
Já o Ibovespa registrou alta de 0,06%, alcançando os 124.787,08 pontos. Na véspera, teve um aumento de 0,69%, fechando em 124.765 pontos.
Acumulado:
- alta de 0,69% na semana;
- ganhos de 0,69% no mês;
- perdas de 7,02% no ano.
Histórico
Lula tem intensificado suas críticas aos agentes do mercado e ao presidente do BC, cujo mandato termina no final do ano. Segundo Lula, o próximo presidente do BC terá uma visão mais alinhada com a realidade brasileira, em contraste com as demandas do sistema financeiro.
Lula também anunciou hoje planos de se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir medidas que possam conter a valorização do dólar, a qual impacta diretamente na inflação e, consequentemente, na popularidade do presidente.
Nos últimos dias, o dólar tem registrado sucessivas altas frente ao real, refletindo a preocupação dos investidores com a situação fiscal do Brasil e as críticas de Lula à condução da política monetária pelo Banco Central.