O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu, nesta terça-feira (18), uma entrevista à rádio CBN e criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo o petista, o chefe do BC tem lado político e trabalha para prejudicar o país.
"O presidente do Banco Central, que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país", afirmou Lula.
Além disso, o mandatário afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem mais influência no Banco Central do que ele.
"[Tarcísio] Tem mais influência] que eu. Não é que ele encontrou com Tarcísio numa festa. A festa foi para ele, foi homenagem do governo de São Paulo para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,5%", disse Lula.
O presidente do Brasil ainda comparou Campos Neto ao senador Sérgio Moro (União Brasil), porque, segundo o Painel SA, o presidente do BC indicou a Tarcísio que estaria disposto a assumir o cargo de ministro da Fazenda em um possível governo, caso ele concorra e vença a eleição.
"Quando ele se auto lança a um cargo...Vamos repetir [Sérgio] Moro? Presidente do Banco Central está disposto a fazer mesmo papel que Moro fez, paladino da justiça com rabo preso com compromissos políticos?", questionou Lula.
"A quem esse rapaz é submetido? Como vai a festa em SP quase assumindo candidatura a cargo no governo de SP? Cadê a autonomia dele?", indagou o chefe do Executivo.
Taxa de juros
Na entrevista, o chefe do Executivo criticou também a taxa de juros, que começa hoje a ser analisada pelo Copom. Para Lula, não há razão para a taxa Selic continuar igual.
Não tem explicação a taxa de juros estar como está", declarou Lula.
E continuou: "Temos situação que não necessita essa taxa de juros. Taxa proibitiva de investimento no setor produtivo. É preciso baixar a taxa de juros compatível com a inflação. Inflação está controlada. Vamos trabalhar em cima do real".
A previsão é de que a taxa Selic permaneça no atual nível de 10,50% ao ano. A decisão será tomada amanhã (19), em reunião do BC com os maiores bancos do Brasil.
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