Haddad descarta socorrer empresas aéreas com dinheiro do governo

Ministro da Fazenda afirma que setor pode passar por uma reformulação, mas não cogita usar 'verba do Tesouro' para ajudar companhias

Aviões estacionados no aeroporto de Cuiabá, em Mato Grosso
Foto: Bruno Gabriel
Aviões estacionados no aeroporto de Cuiabá, em Mato Grosso

Fernando Haddad (PT) descartou, nesta segunda-feira (5), ajudar as companhias aéreas com dinheiro do governo. Em evento realizado na sede do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda afirmou que apresentará uma proposta para o setor ainda em fevereiro. 

De acordo com Haddad, o governo federal não cogita desembolsar qualquer tipo de investimento para ajudar as companhias, que vivem uma crise financeira desde o início da pandemia do novo coronavírus, em 2020. Segundo o ministro, o setor pode passar por uma reestruturação.

"Nós vamos entender melhor o que está acontecendo e não existe socorro com dinheiro do Tesouro. O que está eventualmente na mesa é viabilizar uma reestruturação do setor, mas que não envolva despesa primária", declarou o petista.

Preocupado com o aumento no valor das passagens, o governo já atua com outras alternativas para auxiliar as empresas, como o FNAC (Fundo Nacional de Aviação e Civil) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Para a população, o governo tirou do papel o projeto "Voa Brasil" , que beneficia aposentados de até duas rendas e alunos do ProUni. As passagens são comercializadas por cerca de R$ 200,00. 

QAV

As companhias aéreas afirmam que os preços das passagens subiram devido ao aumento no combustível, o querosene de avião (QAV). O ministro da Fazenda, porém, declarou que a justificativa não procede. 

"Vamos esclarecer aqui que o preço do querosene de aviação caiu durante o nosso governo. Quer dizer, o preço do querosene não poder ser justificativa para o aumento do custo da passagem aérea", declarou Haddad.