As linhas de crédito, investimento em participação societária e recursos sem reembolso serão direcionados para viabilizar as "seis missões" estipuladas no Nova Indústria Brasil, a política industrial proposta pelo governo para o país até 2033. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a novidade em cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (22).
“A nova política posiciona a inovação e a sustentabilidade no centro do desenvolvimento econômico, estimulando a pesquisa e a tecnologia nos mais diversos segmentos, com responsabilidade social e ambiental”, disse o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).
Os recursos estarão disponíveis através de financiamentos que serão geridos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e disponibilizados por meio de linhas específicas para cada setor de indústria.
O programa estabelece seis áreas para investimentos, com metas definidas pelo governo a serem alcançadas em cada segmento até 2033:
- Bem-estar nas Cidades: Reduzir em 20% o tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho e aumentar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável.
- Cadeias Agroindustriais: Mecanizar 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar, aumentando significativamente a atual parcela de 18%. Além disso, pretende-se que 95% das máquinas utilizadas sejam produzidas pela indústria nacional.
- Defesa : Alcançar autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas, com foco prioritário no desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.
- Descarbonização: Ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes, superando a marca atual de 21,4%. Reduzir em 30% as emissões de carbono provenientes da indústria nacional.
- Saúde : Ampliar a participação da produção nacional de medicamentos, vacinas e equipamentos médicos de 42% para 70% das necessidades do país.
- Transformação Digital: Digitalizar 90% das empresas industriais brasileiras, aumentando consideravelmente a porcentagem atual de 23,5%. Além disso, a meta é triplicar a participação da produção nacional nos setores de novas tecnologias.