No mês de novembro, a inflação na Argentina atingiu 160,9%, registrando um aumento mensal de 12,8%, o maior incremento do ano.
Esse dado reflete os fortes aumentos de preços nas semanas anteriores à posse do novo governo de Javier Milei, de orientação ultraliberal, devido à incerteza em torno do programa econômico e às perspectivas de uma drástica desvalorização.
Os setores que mais contribuíram para a alta do índice em novembro foram os relacionados à saúde (+15,9%), alimentos (+15,7%) e comunicação (+15,2%).
A desvalorização de 50% anunciada pelo novo governo nesta terça-feira (12), no entanto, sugere aumentos ainda mais acentuados nos meses seguintes.
O ministro da Economia, Luis Caputo, ao anunciar um pacote de medidas para reorganizar a macroeconomia, afirmou: "Os próximos meses serão piores".
Com base nos anúncios do governo, o banco norte-americano JP Morgan acredita que a inflação na Argentina "sofrerá uma aceleração" nos próximos meses, mas que haverá uma diminuição "a partir do segundo trimestre de 2024".
As estimativas do banco indicam picos de inflação de 60% ao mês em dezembro e janeiro, com uma inflação média mensal de 13,3% no segundo trimestre de 2024, acompanhada por uma contração do PIB de 3%.