Programas sociais reduzem extrema pobreza em 80%, revela IBGE

Segundo o estudo divulgado nesta quarta (6), pobreza caiu 31,6% no Brasil em 2022, cerca de 10,2 milhões de pessoas

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
Cerca de 10,2 milhões de pessoas saíram da pobreza em 2022, diz IBGE

A pobreza no Brasil apresentou uma queda significativa, atingindo 31,6% da população em 2022 em comparação com os 36,7% registrados em 2021. Os dados foram divulgados pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (6).

O IBGE adotou os novos parâmetros do Banco Mundial no estudo, e constatou que a taxa de indivíduos na extrema pobreza  – aqueles que vivem com menos de R$ 200 por dia – diminuiu para 5,9% em 2022, após bater os 9% em 2021. Em termos absolutos, o número de pessoas consideradas pobres baixou de 78 milhões em 2021 para 67,8 milhões em 2022 – uma redução de 10,2 milhões.

"Na linha de extrema pobreza não há uma diferença significativa entre os valores da linha antiga e da linha atualizada ao longo da série, pois ela é basicamente de consumo para subsistência e sua atualização se dá principalmente por uma questão de preços", destaca André Simões, analista da pesquisa. "Já a linha de pobreza mostra uma diferença maior, ligada à dinâmica do rendimento e padrões de consumo mais heterogêneos de países de renda-média alta".

Os dados apontam que o rendimento do trabalho impacta na pobreza, enquanto os programas sociais afetam diretamente as pessoas na extrema pobreza. “Isso mostra a importância das transferências de renda para a composição da renda dos domicílios das pessoas extremamente pobres e a maior influência do mercado de trabalho na composição da renda da população pobre”, observa Simões.

O estudo também destaca a importância dos programas sociais governamentais na redução da extrema pobreza, evidenciando que, sem essas iniciativas, o percentual seria cerca de 80% maior. Os benefícios também exerceram impacto positivo na diminuição da desigualdade, conforme revelado pelo  índice de Gini do rendimento domiciliar per capita.

A pesquisa abordou todas as regiões do Brasil, com Norte e Nordeste apresentando os maiores recuos – em especial pelos programas sociais de transferência de renda nessas áreas –, junto à região Centro-Oeste, que registrou uma queda significativa impulsionada pelo mercado de trabalho local. Segundo o IBGE, os resultados reforçam a manutenção de políticas públicas e indicam uma tendência positiva na diminuição da desigualdade social no Brasil.