O peso argentino abriu a segunda-feira (14) em queda de 17,91% frente ao dólar, cotado a 350,05 para US$ 1, após o resultado das eleições primárias apontarem o candidato de extrema-direita Javier Milei
como vencedor. O pleito é uma prévia das eleições gerais de outubro.
O Banco Central do país vendeu cerca de US$ 225 milhões em reservas na semana passada para controlar a depreciação da moeda. Além disso, fixou a taxa de câmbio em 350 por dólar até a eleição geral de outubro, informa agência de notícias Reuters.
A autoridade monetária decidiu também elevar a taxa básica de juros em 21 pontos básicos, para 118% ao ano.
O candidato é conhecido no Brasil como o "Bolsonaro argentino" e tinha como uma de suas principais bandeiras a dolarização da economia, como acontece no Equador, que decidiu adotar o dólar americano como sua moeda oficial.
A inflação da Argentina ficou em 6% no mês de junho de 2023, registrando queda em relação ao mês anterior, quando a taxa ficou 7,8%. Em 12 meses, no entanto, o índice atinge 115,6%.
"Enfatizamos que Milei, durante a campanha, falou em dolarização, apesar de alguns de seus assessores terem assegurado posteriormente que uma medida semelhante não poderia ser implementada logo após a posse", disse o Grupo SBS.
O autointitulado "anarcocapitalista" recebeu 30% dos votos com 97% das urnas apuradas. Em seguida veio a coalizão de oposição Juntos por el Cambio, com 28,3%. A aliança peronista e governista União pela Pátria ficou em terceiro, com 27,2%, o pior desempenho do movimento desde que as eleições primárias foram implementadas, há 12 anos.
O atual ministro da Economia peronista, Sergio Massa, por sua vez, angariou 21,4% dos votos.