Lira garante que reforma ministerial não afetará arcabouço, diz Haddad

Nova regra para contas públicas deve ser aprovada até o final de agosto para guiar a formulação do Orçamento de 2024

Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Lira garante que reforma ministerial não afetará arcabouço, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quarta-feira (2) que ouviu do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) , que as negociações sobre a  reforma ministerial que o governo pretende fazer para trazer o Centrão para o governo não vão interferir diretamente na votação do arcabouço fiscal

O novo marco para as contas públicas precisa ser votado até o fim deste mês para ser usado como base para o Orçamento de 2024. Apesar disso, Lira não se comprometeu com prazos porque precisa conversar com líderes partidários, segundo Haddad.

“Eu perguntei para ele (Lira) e ele falou: ‘olha, não tem nada a ver arcabouço fiscal com mexida em ministério, absolutamente, não tem nada a ver uma coisa com a outra” — disse o ministro.

Paralelamente, à medida que o governo trabalha para estabelecer uma base parlamentar sólida, o foco em relação à pauta econômica se desloca em direção ao Congresso. Segundo Haddad, o presidente da Câmara deve se reunir com lideranças partidárias para discutir o projeto em conjunto com o relator, Cláudio Cajado (PP-BA).

O Centrão, liderado por Lira, almeja fortalecer seu poder no governo e assegurar ministérios de relevância. Tanto membros do governo quanto do Partido dos Trabalhadores (PT) expressam preocupações diante das incertezas que envolvem as configurações administrativas, temendo potenciais repercussões sobre o planejamento da agenda econômica.

“Ele (Lira) falou que não vai esperar nada, que não tem nenhum constrangimento em relação ao governo. Não está esperando nenhuma ação do governo para votar. Deixou claríssimo isso. Até porque ele sabe da importância para definir as regras para o Orçamento do ano que vem”, finalizou.

O  presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)  afirmou nesta terça-feira (1º) que irá compor o governo com lideranças políticas que aprovem o que for desejado no Congresso. 

"Eu vou conversar com os partidos, eu não converso com o Centrão. Pra mim, o Centrão é uma construção teórica, o que existe são os partidos políticos e eu vou conversar com os presidentes dos partidos para tentar compor e tenhamos tranquilidade nesse país", declarou Lula durante a live semanal "Conversa com o Presidente".