Selic: Haddad cobra sinal do BC com corte de 0,5 p.p. nos juros

Ministro da Fazenda disse que corte pouco terá influência nos consumidores

Foto: redacao@odia.com.br (Estadão Conteúdo)
Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a cobrar uma redução expressiva da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Enquanto o mercado espera um corte de 0,25 ponto percentual, o ministro pede uma "sinalização" de, ao menos, 0,5 p.p.

"Se cair agora de 13,75% para 13,25%, o que isso vai significar em termos de atividade econômica? É uma sinalização apenas, mas na prática é muito pouco. Sempre que você tiver [taxa Selic] acima do juro neutro, você vai estar em posição de restrição da economia", disse em entrevista à TV GGN, comandada pelo jornalista Luis Nassif.

"O corte de Selic dialoga com a curva futura de juros. Para o consumidor, [corte de 0,5 p.p.] vai alterar pouco, mas para investimentos começa a ter efeito. Agora, não é imediato, mas essa sinalização é importante para que agentes econômicos comecem a se reposicionar", completou o ministro.

Haddad diz ainda que há espaço "bastante considerável" para redução dos juros. "Penso que o ciclo de cortes vai começar e que o espaço que existe é bastante considerável"

Esta será a primeira reunião do Copom que contará com indicados do governo. Gabriel Galípolo e Ailton Aquino estarão presentes na reunião que irá sacramentar a nova taxa Selic. 

Segundo Haddad, a atual diretoria do Copom tem um perfil bastante conservador. "O Copom está muito monolítico, está pouco plural", avaliou, mas ponderou que os novos nomes vão arejas a instituição: "Penso que só neste primeiro ano vamos levar perspectivas novas [ao Copom, com novos diretores]."