O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu como "exageradas" as críticas à nomeação do economista Marcio Pochmann para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Em fala a jornalistas nesta sexta-feira (28), Haddad defendeu a formação acadêmica de Pochmann.
"Eu penso que está um pouco exagerada a reação. É um professor universitário em uma universidade pública, uma das melhores do país. Você pode discordar da pessoa, mas em uma democracia nós convivemos com pessoas que pensam diferente da gente. É um governo amplo, que tem pessoas de várias colorações que estão se entendendo, todo mundo remando para o mesmo lado", disse Haddad.
Professor colaborador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pochmann foi indicação do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do IBGE. O economista vem sendo criticado por ser alinhado à esquerda.
Pochmann se tornou centro de uma polêmica no Planalto sobretudo depois de ter tido seu nome anunciado para o IBGE pelo ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, antes mesmo do conhecimento da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
O IBGE é um órgão subordinado à pasta de Tebet, mas a ministra afirma que um "desencontro de informação" fez com que Pimenta anunciasse Pochmann para o cargo sem sua autorização. A ministra, porém, prometeu não fazer pré-julgamentos , já que ainda não conhece Pochmann.
Em sua fala, Haddad acrescentou que tem certeza de que a relação entre os dois dará certo. "O Marcio é uma pessoa muito educada, que vai interagir muito bem com a ministra Simone Tebet, eu não tenho a menor dúvida disso. É uma pessoa muito cordial", afirmou.
"Eu não vejo razão para esse tipo de posicionamento agressivo. Eu penso que é estranho. À luz das pessoas que ocuparam cargos no governo passado, eu não vi nada acontecer desse tipo. Por que essa agressividade? Olha para o governo Bolsonaro, era de arrepiar os cabelos, e ninguém falava nada. Agora, pega um professor da Unicamp e se faz esse alvoroço todo? Está exagerado, isso não é bom para o Brasil", completou Haddad.