Lupi diz que INSS vai pedir mais 2 mil servidores para reduzir a fila

Ministro da Previdência Social disse que a fila de 1,8 milhão de pessoas foi herdada pelo governo atual

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil - 10/10/2018
Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, em entrevista à imprensa

O ministro da Previdência, Carlos Lupi , disse em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (19) que irá pedir a convocação de mais 2 mil concursados. A intenção é reduzir o tempo de espera na fila pelo benefício para 45 dias até dezembro deste ano. 

"Nós já contratamos cerca de mil funcionários aprovados no concurso do ano passado, só que não é assim, você contrata e a pessoa começa a trabalhar. A pessoa tem que fazer estágio, passar por exames. Agora, nós temos efetivamente esses mil já nas agências", declarou. 

"Estamos agora propondo [contratar] mais 250 aprovados no concurso do ano passado para que eles façam esse estágio probatório. E pretendemos ainda chamar mais dois mil, mas estes dependem de aprovação do presidente da República [Luiz Inácio Lula da Silva]", completou. 

Lupi se queixou de perda numérica no quadro de servidores da Previdência Social. 

"Até 2005, 2006, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tinha 40 mil funcionários, hoje temos 18 mil. A perícia médica tinha seis, sete mil, hoje tem 3.500. Ou seja, deixaram de lado a Previdência, afirmou. 

Atualmente, a fila do INSS atinge mais de 1,7 milhões de pedidos. Segundo Lupi, este número não é responsabilidade do atual governo e sim uma herança passada por governos anteriores.

“É bom a gente esclarecer à população que existem tipos de filas diferentes. São quase 16 tipos de filas. E é uma fila que vem de herança”, contou o ministro.

O ministro culpa a disparada no acúmulo de pedidos ao agendamento feito pelo site e aplicativo "Meu INSS". Segundo ele, quando a marcação era feita nas agências não existia fila. 

O ministro assegura que seguirá buscando maneiras de reduzir tanto o número de pessoas quanto o tempo de espera por benefícios. Hoje, o segurado passa, em média, 85 dias aguardando a liberação do dinheiro. 

“Nós, desde janeiro, estamos estudando a forma de fazer o enfrentamento dessa fila. E essa forma foi discutida com o Ministério da Gestão, o Ministério da Casa Civil. Foi um planejamento para que até dezembro desse ano a gente consiga enquadrar todos que têm espera em até 45 dias, que é o máximo que a lei permite”.

Lupi contou que, por mês, o INSS recebe cerca de 780 mil pedidos, o que impediria a fila de deixar de existir. Apesar disso, ele crê que o pagamento de serviço extra para servidores possa fazer com que a meta seja atingida.

“É por tarefa. A tarefa pode ser desenvolvida presencialmente ou em casa, porque são processos já existentes. Hoje em torno de 4 mil funcionários querem participar desse mutirão de enfrentamento à fila, e cerca de 1.500 médicos da área de perícia fazendo também. (...) A parte do INSS terá R$ 68 por processo a mais, e com a perícia, que é uma área que tem nível superior, R$ 75 a mais”, explicou.

O INSS oficializou nesta terça-feira (18) a volta do bônus de produtividade , que será pago aos funcionários que trabalharem além da jornada regular na análise de requerimentos de benefícios e na realização de perícias médicas, principalmente nos processos com mais de 45 dias ou com prazo final expirado. O programa durará nove meses, prorrogáveis por mais três.