O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (17) que a "pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte". O ministro comentou a queda de 2% na prévia do Produto Interno Bruto
(PIB) em maio, pior resultado para o mês em cinco anos.
"Como esperado", disse Haddad sobre o resultado. "Muito tempo o juro real muito elevado, nós estamos preocupados. Estamos recebendo muito retorno de prefeitos e governadores sobre arrecadação, a nossa mesmo [da União]. Então, a pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte, e a gente precisa ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas foram mantidas. Está muito pesado para a economia", completou o ministro.
Nesta segunda-feira, o Banco Central (BC) divulgou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), conhecido como prévia do PIB, recuou 2% em maio, no comparativo com abril.
Entenda os juros
Desde agosto do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mantém a taxa básica de juros da economia, a Selic, a 13,75% ao ano. A Selic é o mecanismo usado pelo colegiado para conter a inflação. Por isso, o patamar elevado tem o intuito de desestimular o crédito, freando o consumo e desacelerando a economia, o que resulta na queda da inflação.
Desde o início do ano, porém, o governo federal vem batendo na tecla de que a inflação já está mais controlada e que o BC deveria, portanto, reduzir a taxa de juros, a fim de não desestimular demais a economia brasileira.